Brasília – O tucano Geraldo Alckmin é o mesmo desde o início de sua carreira política. Quando era prefeito de Pindamonhangaba, superava sua proverbial timidez para ir aos bairros, todas as semanas, ouvir as pessoas, conta sua antiga coordenadora de ações sociais, Sandra Tutihashi.

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Naquela época, no começo de tudo, era bem mais atirado: montou uma equipe em Pinda que tinha entre 24 e 26 anos que pensava as soluções mais ousadas para a cidade – e ele avalizava todas. Fiscalizava as obras montado numa Leonette de 50 HP. Sua timidez não era tão problemática, porque não tinha de conquistar grandes massas.

Alckmin estuda muito, mas às vezes esconde o que aprendeu, abafado por indecifráveis razões. Na campanha, foi triturado pelas acusações de Lula e do PT contra as privatizações do governo FH.

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Poucos, no PSDB, estavam tão preparados para responder a esse tipo de crítica – Alckmin comandou o Programa Estadual de Privatização (PED), ainda no governo Covas. Mas, estranhamente, Alckmin optou por não defender nem a privatização federal de FH nem a privatização estadual dele mesmo, deixando a acusação se legitimar – e não contou suas insondáveis razões a ninguém.

No entanto, todos o apontam como um bom piloto de crises. No governo de São Paulo, enfrentou as piores e saiu delas sem grandes alardes e sem se jactar de eventuais bons resultados.

Seus assessores admitem que ele foi atropelado pela informalidade do adversário e lamentam que, na guerra eleitoral, tanta disciplina estudo, frieza e equilíbrio adiantassem pouco.

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