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A organização Rio Como Vamos antecipou nesta terça-feira (26) a nova edição do Sistema de Indicadores da cidade do Rio. O estudo, que abrange sete áreas, entre elas educação, violência e saúde, revela o aumento do número de registro dos crimes sexuais em quase todas as áreas do Rio estudadas. Na capital, o número foi de 17 por cem mil habitantes, registrado em 2007, para 20 registros por cem mil habitantes em 2008.

Os dados da pesquisa mostram que apenas nas regiões de São Cristóvão, Portuária, Madureira e Inhaúma, o índice apresentou uma melhora. No entanto, a Zona Portuária e Madureira ainda são consideradas precárias no indicador.

A região onde o número de casos mais aumentou foi a de Santa Teresa, no Centro do Rio, onde o índice passou de 21,8 para 36,7 casos em cada cem mil habitantes. A região tem cerca de 38 mil habitantes em 5 km². O segundo maior aumento de casos registrados foi na área de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O índice de crimes sexuais por cada cem mil habitantes passou de 23 para 31 na região, que engloba também Inhoaíba, Cosmos, Santíssimo e Senador Vasconcelos. A população da área foi estimada em cerca de 573 mil habitantes.

O Centro do Rio é o local onde mais foram registrados crimes sexuais (estupro e atentado violento ao pudor) por cada cem mil habitantes, com um índice que chega 87,82. No entanto, a região não registrou uma variação grande do número de registros em relação a 2007.

Anchieta, no subúrbio, Lagoa e Rocinha apresentam os melhores índices no indicador de crimes sexuais, chegando a cerca de 6, 10 e 10, a cada cem mil habitantes, respectivamente.

Outros índices de violência

A pesquisa mostra também uma melhora nos indicadores de agressão à mulher, a idosos e à criança. Segundo a pesquisa, nos três itens, o número de internações da rede pública decorrentes deste tipo de agressão baixou na maioria das regiões. Em Vila Isabel, por exemplo, Zona Norte da cidade, onde o índice era de cerca de 30 internações de crianças de zero a 14 anos, por cada 10 mil habitantes em 2007, em 2008 foram registradas 17 internações por cada 10 mil.

A Cidade de Deus, no entanto, foi uma das três localidades em que o registro de agressão a crianças aumentou, além de Centro e Ramos, no subúrbio.

Educação

Na área de Educação, a pesquisa mostrou que, em 2008, 30% dos alunos matriculados no ensino médio na rede pública no Rio de Janeiro, foram reprovados. O número aumentou 10% em relação a 2006. Não foram apresentados dados de 2007.

De acordo com os dados, apenas escolas nas regiões da Pavuna, no subúrbio e da Zona Portuária apresentaram melhora no índice. Os piores registros vieram das áreas classificadas como Botafogo e como Copacabana, na Zona Sul do Rio, e como Tijuca, na Zona Norte da cidade. Em Botafogo, quase 40% dos alunos foram reprovados e em Copacabana e na Tijuca, houve cerca de 37% de reprovação.

As áreas de Botafogo e Copacabana incluem os bairros de Botafogo, Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Humaitá, Laranjeiras, Urca, Copacabana e Leme. A área da Tijuca inclui também o Alto da Boa Vista e a Praça da Bandeira.

Quando avaliada em relação ao índice de reprovação no ensino médio particular, a região de Botafogo, que concentra muitas escolas particulares, fica na faixa classificada como "boa", com um percentual de 7,4% de reprovação. A região de Copacabana teve um percentual de 7,46% de reprovação, enquanto que a região da Tijuca apresenta cerca de 6% de alunos do ensino médio de escolas particulares reprovados.

Um outro indicador destacado pela presidente do Rio Como Vamos, Rosiska de Oliveira, é o abandono da escola. O indicador se manteve estável em relação aos números de 2006, mas em 13 regiões administrativas, o número aumentou, destacando a região da Cidade de Deus, na Zona Oeste. Segundo o estudo, o índice mais que dobrou em 2008, em relação a 2006, passando de 13% para 30%, o percentual de alunos do ensino médio daquela região que abandonaram a escola em 2008.

Saúde

Na área da Saúde, os indicadores destacados pela ONG foram os de mortalidade infantil e mortalidade neonatal precoce (até seis dias de vida). O índice de mortalidade infantil se manteve estável se avaliado de uma forma geral. A disparidade, no entanto, fica quando são comparadas as regiões da cidade entre si.

A região mais bem classificada no indicador de mortalidade infantil, Barra da Tijuca, na Zona Oeste, tem um índice de 5,94 óbitos a cada mil nascimentos. A região que teve a pior classificação no índice - Cidade de Deus - apresentou uma taxa de 20,7 óbitos de crianças de até um ano de idade, a cada mil nascimentos.

Vigário Geral e Jacarezinho, favelas no subúrbio do Rio, também entram na lista das piores regiões no indicador de mortalidade infantil, com índices que chegam a 20,58 e 19,67 mortes a cada mil nascimentos, respectivamente.

A próxima etapa da pesquisa, segundo a ONG, é cruzar os números dos indicadores para obter resultados mais proveitosos. Por exemplo, comparar dados de educação, saúde e violência de uma mesma região.

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