Indicador mundial
Baseado em um número considerável de pesquisas sobre fundamentos sustentáveis, o Teeb comporta relatórios para tomadores de decisão, administradores, empresas e negócios e a sociedade civil. Confira a lista dos principais dados destacados no relatório mundial promovido pela ONU:
Ameaças
- Atualmente, 60% de todos os ecossistemas do planeta estão ameaçados.
- Desse total, 35% são áreas de mangue e 40% florestas.
Demanda
- A demanda atual por recursos naturais excede em 35% a capacidade do planeta Terra.
- Caso o ritmo dessa demanda seja mantido, em 2030 serão necessários dois planetas Terra para atendê-la.
Desmatamento
- Entre 2000 e 2005, a devastação das florestas na América do Sul foi de 4,3 milhões de hectares.
- Do total de hectares devastados, 3,5 milhões foram no Brasil.
- O prejuízo anual com o desmatamento mundial varia entre US$ 2 e 4,5 trilhões o equivalente a jogar no lixo todo o PIB do Japão, o segundo maior do mundo.
Quando se derruba uma floresta ou se polui um riacho, além dos evidentes danos ambientais, há também perdas sociais e econômicas. Mas como dimensionar esse prejuízo? Para tentar descobrir quanto o Brasil perde quando o meio ambiente é prejudicado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com instituições europeias, está elaborando um relatório sobre o valor dos ecossistemas e da biodiversidade nacional. O projeto-piloto, que deverá estar concluído no decorrer de 2001, servirá como referência para a tomada de decisões políticas e para o desenvolvimento de uma economia sustentável.
A proposta é semelhante ao estudo "A Economia de Ecossistemas e da Biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O trabalho apontou o valor econômico das plantas, animais, florestas e ecossistemas, entre outros recursos naturais mundiais, assim como os custos ocasionados pela perda desses recursos. Segundo a pesquisa internacional, o custo anual da perda da biodiversidade oscila entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões (R$ 3,6 trilhões e R$ 8,2 trilhões).
Os valores não foram divididos por regiões, mas, na ocasião ainda respondendo como diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias salientou que a parte referente ao Brasil era "importante". "Temos as mais extensas florestas e convivemos com taxa grande de desmatamento", acentuou. Agora, como secretário de Biodiversidade e Florestas, ele espera que o levantamento nacional ajude a valorar o capital natural do país e aponte a contribuição da natureza para a subsistência em todos os níveis (do local ao nacional) e setores. "O Brasil precisa fazer o debate do custo-benefício de seus recursos naturais", diz.
O Teeb Brasil pretende servir de referência para políticas públicas e iniciativas do setor produtivo ao tomar decisões sobre agricultura, segurança alimentar, segurança energética e exploração de recursos naturais. A intenção do governo é conciliar estratégias de desenvolvimento e manutenção da biodiversidade. Para Dias, o estudo oferece boa orientação e uma mensagem poderosa para redefinir os padrões econômicos. "A abordagem do Teeb é útil para fazer com que [diferentes setores da sociedade] entendam as implicações da perda da biodiversidade e do retorno de investimentos [por conta da] conservação dessa biodiversidade", explica.
Para o economista sênior Pavan Sukhdev, coordenador das iniciativas relacionadas à economia ambiental do Pnuma, a abordagem do Teeb pode iniciar uma nova era, na qual o valor dos serviços da natureza passa a ser visível e se tornar uma parte crítica da tomada de decisões na política e nas empresas. Ou seja, governos e empresas passarão a computar as perdas causadas pela deterioração da natureza em seus orçamentos e PIBs. Um exemplo disso seria a redução de US$ 3,7 trilhões no dano causado pelo aquecimento global com a diminuição pela metade do desflorestamento até 2030, apontado pelo Teeb mundial. "Infelizmente, a ausência de uma lente econômica para refletir essas realidades tem significado que tratamos esses assuntos de forma negligente, que eles não são centrais nas discussões de política pública ou de negócios", avalia Pavan.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora