Aplicação de droga controlada
Cirurgiões de trauma estão entre os primeiros usuários entusiasmados pelo fator VIIa, só que eles também foram os primeiros a restringir o uso. "Eu usei e praticamente todo cirurgião de trauma do mundo com acesso ao medicamento o usou", disse Ernest Moore, chefe de cirurgia da Denver Health, afiliada à Universidade do Colorado. Muitos médicos se interessaram quando viram um estudo, há cerca de uma década, descrevendo como um soldado israelense com ferimento à bala no abdome recebeu o produto e foi salvo do que parecia a morte certa. Além disso, pesquisas indicaram que o fator VIIa era importante para dar início à coagulação, dando credibilidade ao trabalho.
Uma droga poderosa e cara, aprovada em 1999 para um pequeno grupo de pacientes que pode sangrar descontroladamente durante cirurgias, está sendo usada agora em várias outras situações cirúrgicas, às vezes com graves efeitos colaterais, segundo dois novos estudos. De acordo com os pesquisadores, os estudos deixam claras as armadilhas de uma prática médica comum usar drogas novas em situações nas quais nunca foram rigorosamente testadas.
O medicamento, vendido com o nome NovoSeven, foi aprovado para pessoas que não têm o gene produtor de uma proteína coagulante do sangue chamada fator VIIa e para alguns hemofílicos que não toleram outro produto para controlar a hemorragia. A medicação custa US$ 10 mil a dose, mas pode salvar a vida desses pacientes. Porém, de acordo com os novos estudos, publicados no The Annals of Internal Medicine, a medicação é usada em outros pacientes.
Na verdade, o pequeno grupo para o qual ela foi aprovada representa apenas 3% das 18 mil vezes por ano em que o medicamento é usado em hospitais. Nos outros 97% das vezes é dado para pacientes com outros causadores de hemorragia, como cirurgia cardíaca ou derrame cerebral. Médicos alegam dar a medicação porque a hemorragia para de imediato.
Mas, segundo uma das investigações científicas, para tais pacientes, a droga não só não aumenta a sobrevivência como também eleva a probabilidade de coágulo sanguíneo no coração ou cérebro, provocando ataque cardíaco ou um tipo de derrame.
A medicação ainda é usada na cirurgia de traumas, nas quais também não melhorou a sobrevivência. Todavia, os pacientes com trauma que receberam a droga não tiveram mais coágulos do que os esperados. "É assustador", disse Jerry Avorn, professor de Medicina do Brigham and Women´s Hospital de Boston que escreveu um artigo comentando os estudos. "Trata-se de uma droga poderosa, ainda não compreendida inteiramente", afirmou Veronica Yank, de Stanford, também autora dos dois estudos. Segundo o relatório dos pesquisadores, numa cirurgia cardíaca, uma em cada 20 pessoas que recebeu o fator VIIa teria um coágulo grave no coração ou cérebro. Quando o medicamento é usado para controlar a hemorragia no cérebro ou ao seu redor, como nos casos de derrame cerebral, um em cada 17 pacientes teria um coágulo perigoso.
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