A escritora norte-americana Anne Kreamer tingia os cabelos desde os 24 anos e nem se lembrava mais da cor original. Quase aos 50, viu uma foto com a filha e outra amiga grisalha e se deu conta que o tom de seu cabelo estava artificial. Fez as contas e teve uma surpresa: foram quase US$ 65 mil gastos com salão e tintura durante este período. Resolveu testar e deixou os cabelos grisalhos. Gostou tanto da experiência que a transformou no livro Meus cabelos estão ficando brancos, mas eu me sinto cada vez mais poderosa, lançado no Brasil em 2007. Leia trecho da entrevista da autora à Gazeta do Povo:
Por que e como você decidiu parar de tingir os cabelos?
Aconteceu quando eu olhei para uma fotografia que um amigo enviou. Estava em pé entre minha filha loira, que tem 16 anos, e uma amiga grisalha. O meu cabelo estava muito escuro, tingido de castanho e parecia morto.
Como o cabelo afeta a identidade da mulher? De certa forma o cabelo tingido não é uma maneira de enganar o tempo?
A tintura e suas cores são poderosas ferramentas que uma mulher pode usar para criar identidade. Em meus 20 anos, eu utilizava a cor avermelhada como um dispositivo de diferenciação. Eu achava que isso me concedia mais uma impressão "artística". Mais tarde, o marrom ajudou-me a apresentar um olhar mais "executiva". Mas, curiosamente, eu descobri que, para as mulheres (e homens) em seus 40 e 50 anos, a tintura apenas "raspa" fora um ano ou dois da capacidade de os outros adivinharem nossa idade biológica.
Como surgiu a ideia de criar um livro contando a sua experiência?
Eu originalmente escrevi sobre o processo para uma revista feminina americana e, quando o texto foi publicado, a revista recebeu muito retorno de leitor como nunca teve. Então eu descobri que era o tema de interesse para muitas mulheres.