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| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

T.H., 18 anos, está internado no Centro de Socioeducação de Fazenda Rio Grande desde abril deste ano. Morava na Vila Barigui, Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Pai era motorista, mãe aposentada, abandonou a escola na oitava série do ensino fundamental. “Eu queria ganhar fama no meio dos outros”, resumiu, ao tentar racionalizar os motivos de sua internação, que não foi a primeira. Ele e alguns amigos assaltaram uma casa no bairro Portão. Ele foi o único que não conseguiu fugir. Na fuga, caiu da moto. Acabou apreendido.

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Quando saiu a primeira vez da unidade, voltou para seu bairro e a conviver com os mesmos grupos de amigos. “Eu estudava e ainda meu pai pagava curso de mecânica que eu adoro. Queria trabalhar com isso”, revelou. Agora, espera voltar para casa em dezembro. “Tive que perder tudo para dar valor. Hoje converso muito com os educadores. Gosto de falar com os mais velhos. Parece que meus pensamentos estão melhorando”, contou, insinuando o arrependimento.

U.B., 17 anos, é um exemplo diferente, mas enquadrado no perfil da maioria dos adolescentes que estão nas unidades de socioeducação do Paraná. Morou a maior parte da vida com a mãe, assim como 34% dos jovens que estão no sistema. Com pais separados, quando a mãe resolveu morar em Cascavel, ele não pôde ir junto. Foi, então, morar com o pai. Estudou até o 6º ano do ensino médio. Ele foi acusado de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte), ao assaltar um taxista. Segundo U.B., foi um roubo em que não houve agressão física à vítima.

Morou no Caiuá, também na CIC, com o pai. Depois de abandonar a escola, começou a traficar drogas para sustentar sua rotina. Acabou indo para o bairro Centenário para morar sozinho. “Mas desde os 10 anos de idade que eu trabalho. Já vendi até laranja na estrada, pintei, e também gosto de mecânica. Quando comecei a consumir, o dinheiro ficou pouco”, comentou. Já tinha na história de sua família um fato que poderia ter lhe servido de exemplo. “Meu irmão mais velho morreu no tráfico”.

Ele contou que quis abandonar o tráfico, mas não lhe foi concedido a autorização. “Tinha que pagar R$ 8 mil para sair. Eles falaram que tinham me dado muitos benefícios para eu ir embora sem dar nada. Me deram 15 dias para arrumar o dinheiro”. Entrou em desespero. Sua liberdade terminou ao assaltar o taxista.

“Quem não faz por amor, aprende pela dor. Para gente que é adolescente parece que sempre falta alguma coisa. Eu queria ostentar muito também”, ressaltou. Ele também já tinha ficado 43 dias apreendido por tráfico de drogas antes de ser detido novamente.

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