Washington O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem que os Estados Unidos estão dispostos a mostrar flexibilidade na Rodada de Doha de negociações comerciais, particularmente no setor agrícola. "Tivemos uma boa discussão sobre Doha, um comprometimento compartilhado para uma bem-sucedida rodada de negociações", disse Bush após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Assegurei ao presidente (Lula) que os EUA mostrarão flexibilidade, particularmente em diferenças agrícolas, a fim de ajudar a alcançar uma solução", acrescentou Bush.
O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, depois de ressaltar que a reunião havia sido convocada pelo norte-americano, afirmou ver "sinais positivos" no fato de os EUA estarem dispostos a ceder em suas posições prévias em relação ao limite de subsídios que concedem aos seus produtores agrícolas.
"Sou muito cauteloso com essas coisas, e as iminências, em geral, muitas vezes acabam sendo falsas iminências, mas acho que estamos num processo positivo de reengajamento dos principais atores", afirmou o chanceler em Nova Iorque.
Ele falava depois de almoço que reuniu representantes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), na residência da embaixadora da Missão do Brasil junto à ONU.
Na semana passada, a delegação americana junto à Organização Mundial do Comércio propôs a redução do total de subsídios que os EUA dão. Em troca, pediu que o Brasil e outros emergentes aceitem diminuir tarifas de importação sobre produtos industrializados.
O plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) vai ouvir hoje, na abertura da Assembléia- Geral, um discurso do presidente Lula voltado para a questão ambiental. Lula usará dois terços de seu discurso para tratar de assuntos relativos ao meio ambiente e aos problemas climáticos.
Em entrevista publicada neste domingo no jornal The New York Times, Lula disse não acreditar que haja provas contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que responde a inquérito no STF por envolvimento com o mensalão. "Não acredito que haja qualquer prova de que Dirceu cometeu o crime de que é acusado", disse Lula ao jornal. "Ele será julgado."