O que é Educação 3.0?
Segundo Marcos Melo, um dos curadores da 20ª Feira Educar/Educador, o conceito de Educação 3.0 é sinônimo de uma escola aberta, gostosa e participativa, onde todos possam ter a consciência e a humildade de aprenderem juntos: aluno, escola, família, professores e sociedade.
Serviço
A 20ª Feira Educar/Educador vai até o dia 25, em São Paulo, e tem a presença de 150 palestrantes do Brasil e do exterior. No mesmo espaço, centenas de empresas nacionais e internacionais do segmento irão expor produtos e serviços inovadores.
Tão aguardada por alguns professores, e tão necessária para alguns alunos, a transformação no contexto educacional depende da disposição de quem está envolvido na área para reinventar a dinâmica do processo de ensino-aprendizagem. Esse contexto pede mudanças na educação convencional e recebeu o nome de Educação 3.0, conceito que vai além do uso da tecnologia em sala de aula. Para facilitar e estimular as discussões em torno do assunto, uma série de palestras e debates começam hoje, em São Paulo, no Centro de Exposições Imigrantes, onde ocorre a 20.ª edição da Feira Educar/Educador. Neste ano, o tema central é "Educação 3.0. A Escola do Futuro chegou?".
Provando que não é utopia, escolas e professores que acreditam e apostam nas tendências educacionais já estão tornando este conceito uma realidade. Um exemplo é a escola Amplação, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. Para a diretora da instituição, Gisele Mantovani Pinheiro, a escola está em constante movimento, com espaços alternativos e atrativos para aproximar a aprendizagem do interesse dos alunos. Assim, eles desenvolvem de maneira prazerosa a construção do conhecimento.
Tablet
Uma das ferramentas que ajuda neste processo é o tablet. Em turmas do Infantil 5 ao 9.º ano, o professor orienta seus alunos a investigar e interagir com imagens e textos. "Ao transferir para o aluno a busca pela informação, a escola está respeitando o ritmo de cada um, aproximando a aprendizagem do interesse do aluno e despertando a curiosidade e uma nova postura do professor, que vira um mediador na construção do conhecimento". No entanto, explica Gisele, há outros meios de promover a Educação 3.0. O tablet só deve ser utilizado quando houver a necessidade de uma interação digital, com o princípio de desenvolver a autonomia da aprendizagem.
E quem pensa que essa ideia é uma realidade exclusiva de escolas particulares precisa conhecer educadores como a professora Márcia Ribeiro dos Santos. Ela acumula 18 anos de experiência em escolas municipais e estaduais de Colombo. Para Márcia, o professor de hoje precisa ter um olhar visionário e nunca se acomodar. "O professor tem de ser um pesquisador, buscar conhecimento e estar aberto para trocar figurinhas com seus alunos".
MudançasSaída da "ditadura cognitiva" exige nova postura do professor
Alguns educadores que participam da 20ª Feira Educar/Educador reforçam que o novo modelo educacional proposto vem exigindo uma nova postura do professor. É preciso, por exemplo, um esforço maior na busca constante de informações.
Para o especialista em educação Marcos Meier, o educador do século 21 precisa reaprender a interagir com o seu aluno. Para isso, precisa ler mais e fazer mais cursos. "É bom destacar que essa mudança não vai ocorrer de uma hora para outra. Se o professor pensar assim, vai perder a motivação e achar que não dá certo". A mudança, segundo ele, deve ser gradativa. "Uma atividade de cada vez, uma mudança a cada dia. Assim ele vai percebendo o que é possível pouco a pouco".
Já para Thiago Chaer, presidente do Instituto Inovar para Educar organização orientada para a melhoria da educação por meio do apoio a formação inicial e continuada do educador a maioria dos professores está preparada para essa mudança. Segundo ele, as portas estão abertas para aqueles que querem fazer a diferença na educação de forma coerente e pertinente. "Os educadores são os principais beneficiários dessas mudanças. Eles têm a oportunidade de reestruturar sua posição social e estabelecer uma nova forma de atuação, de acordo com o que se espera deles", afirma.
Para o consultor especializado em estratégia no mundo digital, Carlos Nepomuceno, estamos saindo de uma fase de "ditadura cognitiva", onde poucos tinham "voz" para se expressar. "Agora, todos produzem conteúdo, opinam e falam. Isso é bom, mas gera um problema para a escola, que não está preparada para esse conhecimento líquido". Segundo Nepomuceno, é preciso construir uma nova escola dentro dessa realidade, na qual o conhecimento é construído mutuamente. "Essa velocidade de mudanças só tende a aumentar. Se não houver mudança, teremos alunos e professores insatisfeitos".
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