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Simpósio

Evento da Justiça Militar debate “ambiente tóxico”, racismo estrutural e desigualdade de gênero

Simpósio Justiça Militar
Simpósio promovido pela Justiça Militar discute as relações de trabalho sob diferentes óticas com a evolução do mercado. (Foto: reprodução/Justiça Militar)

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Termina nesta sexta-feira (17) um simpósio promovido pela Justiça Militar que discute as relações de trabalho sob as óticas do assédio, discriminação de gênero, raça e religião. O encontro é realizado em Campo Grande (MS) e conta com a presença também, desde quarta (15), de membros da sociedade civil, como integrantes de tribunais de Contas, de Justiça e do Trabalho do Mato Grosso do Sul.

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Francisco Joseli Parente Camelo, declarou que o evento tem a ver com determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “O Conselho Nacional de Justiça estabeleceu uma meta para que os tribunais superiores desenvolvessem esse tema, e temos levado isso muito a sério. Consideramos que é um tema extremamente importante porque tudo isso começa pela educação”, disse.

A desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, do TJ-MS, abriu o evento com uma palestra sobre “políticas públicas de enfrentamento ao assédio e à discriminação”. Ela citou o artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos para defender o combate ao assédio na organização.

Em sua fala, a juíza Jacqueline Machado afirmou haver correlação direta entre assédio e gênero. Segundo ela, 40% das mulheres declaram que já foram xingadas ou ouviram gritos em seu ambiente de trabalho, contra 13% dos homens.

A mesa-redonda “O assédio e discriminação nas relações de trabalho: como construir um ambiente mais tolerante” teve a participação dos juízes federais Jorge Luiz de Oliveira e Mariana Aquino. Durante mais de uma hora, eles falaram sobre a "nocividade de ambientes tóxicos" e não condizentes com o respeito e a dignidade humana.

“Mais importante que discutir isso é debatermos sobre como fazer para que esses problemas não continuem acontecendo no futuro em nossa sociedade. Para que daqui a 20 anos esse tipo de problema diminua temos que agir hoje”, afirmou Oliveira.

O debate sobre liberdade religiosa no ambiente de trabalho contou com a mediação do juiz federal substituto Renato Câmara Nigro e palestras da advogada e psicóloga Dra. Sálua Omais e do sacerdote Pai Juán Sàngó. A última palestra, ministrada pelo Dr. Fábio Trad, abordou o tema “Alteridade: um olhar sobre as diferenças”.

“A igualdade é uma preocupação recente na civilização e que antes dela, houve a institucionalização de sociedades desiguais. Quanto mais dermos visibilidade a esses temas, aparentemente tabus, melhor, porque assim temos condições de ouvir mais, dialogar com mais propriedade intelectual e juntos encontrarmos caminhos para superarmos os problemas que atingem essa temática”, completou Trad.

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