A “conversão” de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) em ponto de apoio para a presidente Dilma Rousseff no Congresso é recente. Em 2014, o PMDB do Rio foi um dos mais rebeldes. O pai de Picciani, Jorge Picciani, articulou uma aliança com o DEM, de César Maia, e fez campanha abertamente pela chapa “Aezão” – apoiando as candidaturas de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República e de Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo fluminense.
No início de 2015, Leonardo foi eleito líder do PMDB pela primeira vez, e no início da sua trajetória era um aliado importante do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que, já à época, tinha uma relação problemática com o governo.
O ponto de virada veio no segundo semestre de 2015. Em setembro, Dilma cedeu dois ministérios à liderança da bancada do PMDB. O ministério da Saúde ficou com Marcelo Castro (PMDB-PI), enquanto a pasta de Ciência e Tecnologia ficou com Celso Pansera (PMDB-RJ). As mudanças agradaram Picciani, que passou a atuar para reaproximar a bancada do PMDB e o governo.
Essa mudança súbita, porém, rachou a bancada. Em dezembro, oposicionistas ficaram com a maioria, e destituíram Picciani para indicar Leonardo Quintão (PMDB-MG), com o apoio de Cunha. A maioria voltou a ficar com o grupo de Picciani após dois deputados fluminenses licenciados voltarem à Câmara. Em fevereiro, foi reeleito após disputar eleições internas com Hugo Motta (PMDB-PB) – venceu por 37 votos a 30.
Bom de voto
Ao longo dos últimos anos, Picciani conseguiu votações expressivas. Entre 2006 e 2014, oscilou entre os 160 mil e os 180 mil votos. Na eleição passada, foi o quinto deputado federal com melhor desempenho no Rio de Janeiro, conseguindo 180.741 votos. Sua campanha foi bem abastecida de recursos: custou R$ 3,4 milhões – sendo R$ 699 mil da OAS e da Queiroz Galvão, empresas investigadas pela Operação Lava Jato. (CM)
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