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São Paulo (Folhapress) – O ex- cabo do Exército Joelson Basílio da Silva, preso na quarta-feira suspeito de envolvimento no roubo de fuzis e de uma pistola de um quartel em São Cristóvão (zona norte do Rio), confessou em depoimento à Justiça que pretendia negociar as armas com facções criminosas.

De acordo com o Ministério Público Militar, Silva confessou ter participado do roubo e planejado negociar os dez fuzis e a pistola roubados no último dia 3 com facções criminosas que comandam o tráfico de drogas. Silva é apontado pela promotoria como mentor do roubo.

Ele ainda apontou o envolvimento do ex-soldado Carlos Leandro de Souza e de outras cinco pessoas no crime. Os ex-militares estão presos em caráter temporário – por ao menos cinco dias. Os civis ainda não foram identificados. Todos viveriam na favela Nova Brasília, no complexo do Alemão. Inicialmente, o Exército informou que sete pessoas participaram do ataque ao quartel, mas esse número pode chegar a cerca de 20. A investigação do Exército aponta ainda que um militar da ativa e que estava no Estabelecimento Central do Exército participou do roubo do armamento. O sargento que fazia parte da guarda naquela madrugada – e o único a ser agredido na ação – sabia do assalto e foi conivente, afirmaram dois presos, em seus depoimentos no Inquérito Policial Militar. Ele é o único militar da ativa identificado até agora e deve ser preso hoje.

Segundo a investigação, para disfarçar a sua participação, ele recebeu coronhadas no nariz e no rosto e chegou a desmaiar. Depois tomou dois pontos no rosto.

Além da conivência do sargento, foram identificadas falhas da equipe de segurança da unidade: a primeira sentinela a ser rendida, em posto do outro lado da rua do ECT – na garagem –, estava dormindo. O criminoso que o rendeu, com pistola, tomou seu fuzil, o amarrou e fez uma ligação para dar o alerta de que o caminho estava livre. Eles pularam o muro e caminharam pelo canto do paredão, fora do campo de visão da câmera – o que demonstra que conheciam a unidade. Um soldado que estava nos fundos estranhou a movimentação, mas, ao ver homens fardados andando achou que se tratava de mudança de guarda. Só ao ver o sargento receber uma gravata, alertou um cabo, que tomou a arma de suas mãos e chegou a apontar para os criminosos, mas optou por não atirar.

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