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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Corrupção ou armação?

O presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, chegou a afirmar em entrevista para a TV Paranaense, após as prisões, que Elma Romano é suspeita de comandar a quadrilha. Por outro lado, o colunista de política Celso Nascimento afirma, em sua coluna publicada nesta quarta-feira no jornal Gazeta do Povo, que desconfia-se que a ex-chefe do IAP tenha sido vítima de uma armação.

"Foi ela que, em junho passado, escreveu longa carta ao governador Roberto Requião. Nela, não só pedia demissão do cargo de chefe do escritório regional do IAP como reafirmava as denúncias de corrupção que formulou quando assumiu o cargo", diz em seu texto.

As tais denúncias seriam referentes aos mesmos fatos que levaram o Cope a pedir agora a prisão da quadrilha.

A polícia civil localizou na noite de terça-feira (23) a ex-diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Ponta Grossa (região dos Campos Gerais), Elma Nery de Lima Romano, de 50 anos. Ela é suspeita de envolvimento com uma quadrilha que fazia compra e venda de autorizações irregulares para corte e venda de araucárias.

Na manhã do mesmo dia, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com o apoio do IAP, cumpriu oito mandados de prisão e de busca e apreensão em Ponta Grossa, durante a Operação Floresta Negra. Nesta ação, foram presos outros dois fiscais do IAP e mais seis madeireiros. Também há indícios de participação de policiais militares da Força Verde no esquema, que já foram afastados daquela região e ainda estão sendo investigados. O advogado Dálio Zippin, que defende Elma, já havia comunicado na terça-feira que ela se apresentaria à polícia.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Elma teve uma crise nervosa e está internada no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, sob escolta policial. O delegado operacional do Cope, Francisco Caricati, que cumpriu o mandado, informou que pedirá à Justiça que outro médico avalie o estado de saúde da ex-diretora do IAP. "Vamos aguardar que Elma saia do hospital para que ela possa ser detida, mas já está sob custódia da polícia", disse.

Esquema

Segundo o IAP, os funcionários do órgão estariam recebendo propina para liberar licenças de desmatamento e os madeireiros pagavam pela autorização do corte de árvores. Muitas denúncias que chegavam à sede do IAP em Ponta Grossa não eram investigadas. A suspeita é de que os fiscais cobravam para não irem atrás dos crimes ambientais.

A polícia e o IAP já confirmaram que 25 licenças ambientais estariam irregulares. Outras 150 licenças estão sob suspeita e serão analisadas pela força-tarefa formada pelos órgãos públicos. A estimativa é de que mais de 36 mil araucárias, em 19 fazendas, tenham sido cortadas ilegalmente. A área devastada no Paraná equivaleria a quase 1.500 mil campos de futebol, de acordo com o IAP. Pelo menos R$ 8 milhões teriam sido movimentados pela quadrilha, segundo a polícia.

Se houver a comprovação dos fatos, os fiscais e os madeireiros podem responder por formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica.

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