O empresário Geraldo de Souza Amorim, de 61 anos, idealizador e ex-administrador da Feira da Madrugada do Brás, no centro de São Paulo, morreu na terça-feira após ter sido baleado em uma tentativa de assalto em seu sítio, em Tatuí, a 141 km da capital.

CARREGANDO :)

Embora o empresário sofresse ameaças de morte e tivesse feito até um boletim de ocorrência sobre isso, a Polícia Civil diz já ter esclarecido o caso - e seria um crime comum. As ameaças estariam ligadas às denúncias feitas por Amorim, no começo do ano, de um esquema de cobrança de propinas na feira envolvendo parlamentares do PR no Congresso e na Câmara Municipal.

No crime, ocorrido sábado, 17, o empresário foi baleado duas vezes. Ele chegou a ser internado no Hospital São Luiz, mas não resistiu.

Publicidade

Segundo a polícia, cinco homens invadiram o sítio, mas um funcionário do empresário reagiu. Na troca de tiros, Amorim e dois invasores ficaram feridos. Guardas-civis encontraram os feridos e os prenderam.

O delegado Alexandre Andreucci disse que o crime foi planejado por um ex-funcionário de Amorim. O rapaz, segundo o delegado, achava que o empresário guardava dinheiro no sítio nos fins de semana.

"Ele achava que conseguiria entre R$ 300 mil e R$ 700 mil e chamou quatro amigos, todos da Penha (zona leste) para fazer o roubo", disse o delegado. A polícia afirma já ter identificado o resto do grupo e que pedirá a prisão dos três ainda nesta semana.

Reação

Mesmo a polícia tratando o caso como roubo sem ligação com as denúncias feitas por Amorim, a morte provocou reações na Câmara Municipal. O vereador Aguinaldo Timoteo (PR), envolvido nas denúncias de cobrança de propina, lamentou a morte do empresário em discurso no plenário.

Publicidade

Leandro Dantas, presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes do Brás, acha que a morte causa mais insegurança entre os ambulantes.

Dantas substituiu Afonso José da Silva, conhecido como Afonso Camelô, de 37 anos, assassinado no dia 15 de dezembro. Afonso Camelô havia denunciado esquema de corrupção entre fiscais da Prefeitura que cobravam mensalidades de até R$ 2 mil. A morte dele também foi classificada como tentativa de assalto.

"Tudo isso nos deixa em situação de alarme. De nada adiantou essa organização que o prefeito Gilberto Kassab diz ter feito. Os ilegais continuam sendo explorados", lamenta Dantas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.