Brasília O ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), que atualmente é prefeito de Piracicaba (SP), disse ontem à CPI dos Sanguessugas que não tinha ligação com as fraudes na compra de ambulâncias nem se beneficiou do esquema montado pela Planam, empresa da família Vedoin. O ex-ministro, que ocupou a pasta da Saúde durante o governo Fernando Henrique, explicou ainda que todas as ambulâncias foram adquiridas a partir de emendas de deputados.
Barjas Negri negou ainda qualquer relação com o empresário Abel Pereira enquanto ocupava a pasta. No entanto, Barjas Negri admitiu ter mantido um encontro com Abel Pereira em 2002, quando este participou de uma audiência com o então ministro junto de um prefeito de Mato Grosso. O ex-ministro confirmou ainda que o empresário doou dinheiro para sua campanha à prefeitura de Piracicaba, em 2004.
O empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como o chefe do esquema de fraudes, acusou o empresário Abel Pereira de receber propina da máfia das ambulâncias para ajudar na liberação de verbas do Ministério da Saúde na gestão de Barjas Negri, em 2002. Pereira e Negri negam a acusação.
Hoje, a CPI ouve os ex-ministros Humberto Costa, às 11 h, e Saraiva Felipe, às 15 h. Os dois ocuparam o Ministério da Saúde durante o governo Lula. Costa, que perdeu a disputa para o governo de Pernambuco por conta das denúncias, é apontado como facilitador da liberação de dinheiro do Ministério da Saúde para os donos da Planam, empresa acusada de comandar o esquema das ambulâncias superfaturadas. O dinheiro, uma dívida do ministério com a empresa, não havia sido pago pelo governo anterior.
Já Saraiva Felipe (PMDB-MG) conseguiu se reeleger deputado federal. Contra ele pesa a acusação de ter ajudado a agilizar os processos da Planam no ministério e destinado verbas extra-orçamentárias da Saúde para a compra de ambulâncias via Planam.
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