Na última segunda-feira (22), um grupo de ex-pastores desvinculados da Igreja Universal do Reino do Deus (Iurd) invadiu e atacou fiéis em templos da mesma instituição em Angola. Na ocasião, alguns membros da igreja foram feridos e precisaram de atendimento médico.
A igreja no Brasil afirma, pela segunda vez em menos de um ano, ter sido vítima de um suposto "golpe de um grupo de dissidentes" que tenta desprestigiar a imagem da instituição e "confundir a sociedade angolana". Por outro lado, críticos à Iurd afirmam que a instituição tem praticado uma série de ações incoerentes com a cosmovisão cristã, como a discriminação racial e a imposição de vasectomia a pastores. Quem contraria a igreja, seria perseguido, afirmam.
A instituição em Angola registrou uma confusão semelhante em 2019. Um de seus pastores acabou preso, templos foram depredados e outros 330 líderes religiosos assinaram um manifesto contra a direção da igreja no Brasil. Em resumo, eles acusaram a Iurd de discriminação racial, imposição de esterilização aos pastores e evasão de divisas. Desde então, notícias afirmam que a instituição no país africano teria rompido com a Universal no Brasil. A Iurd nega.
Sobre o episódio mais recente, em nota oficial, a instituição em Angola corrobora com a versão da Iurd de que os autores do ataque pertenceriam "a um grupo de ex-pastores desvinculados da instituição por práticas e desvio de condutas morais e, em alguns casos, criminosas e contrárias aos princípios cristãos exigidos de um ministro de culto". O documento não fala em rompimento de relações com a organização no Brasil.
"Basta frequentar qualquer culto da Universal, em qualquer país do mundo, para comprovar que bispos, pastores e fiéis são de todas as origens e tons de pele, de todas as classes sociais. Além disso, em Angola, dos 512 pastores, 419 são angolanos, 24 são moçambicanos e quatro vieram de São Tomé e Príncipe. Ou seja, 87% são africanos", afirma a Iurd.
Até a publicação da matéria, a assessoria da igreja no Brasil não respondeu se a instituição em Angola havia se desvinculado da organização. A reportagem não conseguiu contatar os representantes da igreja em Angola.
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