A promotoria solicitou e a Justiça acatou nesta quinta-feira (26) o pedido de prisão preventiva dos ex-policiais da Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, região metropolitana de Curitiba. Segundo advogados que trabalham no caso, há uma nova acusação de tortura que embasa o pedido.
Uma operação especial, deflagrada em 17 de março, prendeu 16 suspeitos de integrar a quadrilha, entre eles a delegada titular, Márcia Rejane Vieira Marcondes, e o superintendente da delegacia, José Antônio Braga. De acordo com o Ministério Público, os policiais civis cobravam R$ 30 mil para soltar presos.
Os acusados estavam presos sob o regime de prisão temporária que venceria nesta quinta-feira. Caso a Justiça recusasse, os suspeitos seriam postos em liberdade. Segundo os advogados de defesa de Márcia, o pedido de prisão preventiva trouxe outra acusação à tona: tortura. O advogado Beno Brandão disse que a delegada não estava na cidade no dia em que as provas das supostas torturas foram obtidas. Brandão ressaltou que ainda não teve acesso ao conteúdo completo do processo para comentar a acusação com mais propriedade.
Brandão, que trabalha no Escritório Professor René Dotti, afirma que dois argumentos embasaram o pedido de prisão preventiva: garantia da paz pública - a soltura dos acusados poderia inflamar a população de Colombo - e a tranquilidade da instrução criminal - para evitar possível ameaça às testemunhas. "Não tem nenhum dado concreto que permita dizer isso. Até terça-feira (31) entraremos com um pedido de habeas-corpus", adiantou o advogado.
Ninguém do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que realizou as investigações, foi localizado para comentar o caso.
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