O casamento de Jorge da Silva Santos e Nelcinda de Jesus Pereira, ambos de 32 anos, em Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba, virou notícia. O motivo do "falatório" não foram as pompas da cerimônia nem o vestido da noiva, e sim a lua-de-mel.
A grande noite do casal não foi como Nelcinda sonhava nem tão pouco normal. Durante a tarde de ontem, ela deu entrada no hospital do município com escoriações nos braços e fratura e traumatismo no nariz e no maxilar, resultado das agressões sofridas à noite.
Nelcinda procurou a polícia e denunciou o amado, que foi detido. Na delegacia, Santos, aparentemente embriagado, negou as agressões e se recusou a assinar o flagrante. Ele vai responder pelos crimes de lesão corporal grave, ameaça de morte e desacato à autoridade.
Santos já é antigo conhecido da equipe da delegacia. Ele tem passagens pelos crimes de homicídio, roubo, furto e lesão corporal. No dia da cerimônia, ele, de acordo com informações de um escrivão do cartório criminal, recebeu o alvará de soltura, expedido pela Vara de Execuções Penais de Curitiba. "Ele cumpriu toda a pena e, propositadamente, se casou no dia que recebeu a liberdade, mas acabou cometendo outro crime e voltou para a cadeia", explica o escrivão, que prefere não se identificar.
Um morador de Bocaiúva do Sul, que também não quis se identificar, contou outra história, envolvendo o juiz da cidade. Segundo o morador, Santos estava preso cumprindo pena e na quinta-feira foi até o fórum, acompanhado por policiais, para oficializar o matrimônio. Depois da assinatura, o juiz, que era padrinho de casamento do casal, "presenteou" Santos com a liberdade.
O juiz não quis conversar com a reportagem e, por meio do escrivão, confirmou a versão do funcionário do cartório, de que Santos cumpriu pena como prevê a lei e foi solto, retornando à prisão após o crime cometido na lua-de-mel. O delegado responsável pela distrito policial de Bocaiúva do Sul não foi encontrado para comentar o caso.
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