Delegado disse que investigações apontam que a abordagem não ocorreu pela internet, mas por locais que Rachel freqüentava
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A Delegacia de Homicídios divulgou neste sábado (8) o nome do homem que teria violentado e assassinado a menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, 9 anos. O principal suspeito é o ex-presidiário Jorge Luiz Pedroso Cunha, 52 anos, que já cumpriu pena por homicídio e estupro. O acusado já teria cometido outros crimes contra crianças. A Secretaria da Segurança Pública divulgou também a fotografia do acusado. O paradeiro dele ainda é desconhecido.
Desenhista, Jorge Cunha passou 18 anos atrás das grades, depois de ter sido condenado. Em 2005, o Conselho Penitenciário do Paraná aprovou, por unanimidade, um pedido de comutação de pena e ele saiu da prisão no ano seguinte.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, o nome do suspeito surgiu na investigação depois que um comerciante o identificou em um álbum de fotos da polícia. O atendente disse ter vendido para Cunha uma mala igual àquela em que o corpo de Rachel foi encontrado.
A polícia afirma ter outros indícios da autoria do acusado. O ex-presidiário teria se aproximado da menina depois do fim das aulas no Instituto de Educação do Paraná Erasmo Pilotto, onde ela estudava.
Em entrevista coletiva, o delegado Jaime Luz, chefe da Delegacia de Homicídios, disse que as investigações apontam que a abordagem não ocorreu pela internet, mas por locais que a menina freqüentava. A primeira aproximação, ainda de acordo com o delegado, teria ocorrido cerca de uma semana antes do crime.
"Ele teve toda a paciência, a cautela pra se aproximar dessa criança. Se aproximou sem levantar qualquer suspeita", disse. O delegado disse ainda que não há ainda a confirmação de que o assassino tenha levado a menina a um hotel.
"Ele usufruiu da experiência dele em outros casos, se utilizando desses artifícios, a calma, aparência, a boa conversa, para se aproximar da criança", afirmou.
Ficha criminal
Jorge Cunha tem uma ficha criminal extensa. Além da condenação por homicídio e estupro, ele é acusado de falsidade ideológica, atentado violento ao pudor e falsificação de documentos. Em 2006, Jorge Cunha foi libertado e voltou a ser acusado de um crime no ano passado. A Justiça emitiu um mandado de prisão contra ele por causa de crime de atentado violento ao pudor cometido no Litoral do Paraná. A vítima teria sido um menino, que sobreviveu.
A polícia acredita que o acusado tenha deixado a mala com o corpo de Rachel na Rodoferroviária justamente porque já se preparava para pegar um ônibus e deixar a cidade.
Outro suspeito liberado
Na sexta-feira (7), outro suspeito foi interrogado. A polícia teria, inclusive, recolhido material para exame de DNA, para comparação com o material achado junto com o corpo da menina. No entanto, a possibilidade de que o homem interrogado seja o criminoso está praticamente descartada, segundo os próprios policiais.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.
O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no e em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira(6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina.
Investigação
Segundo o telejornal Paraná TV, a polícia visitou hotéis em busca de lençóis parecidos com o que foi encontrado dentro da mala com o corpo da menina. Também já foram analisadas cerca de 120 horas de imagens gravadas pelas câmeras externas da rodoviária e da área central, próxima ao colégio onde Rachel estudava. O trabalho, porém, não trouxe nenhuma pista para o caso.O computador que a menina usava para acessar a internet foi periciado, mas os policiais também não teriam encontrado nenhuma informação que ajudasse na investigação.
Na sexta-feira (7), uma mulher procurou a delegacia de homicídios para dizer que fez imagens com um celular dentro da rodoviária na madrugada que o corpo da menina foi encontrado, informou o telejornal. Na quinta-feira (6), policiais civis disseram à reportagem do telejornal que havia dois suspeitos do assassinato, que seriam pessoas que conheciam o trajeto feito pela menina.
Serviço
Para agilizar as buscas ao ex-presidiário, a polícia paranaense mobilizou, além de policiais da Região Metropolitana de Curitiba, policiais de outros estados, como Santa Catarina e São Paulo.
Quem souber do paradeiro de Jorge Luiz Pedroso Cunha ou tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.
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