Além da desnutrição grave e do aumento de casos de malária, o povo yanomami enfrenta a invasão do garimpo ilegal.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O ex-secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro, Raphael Parente rebateu as acusações do governo Lula sobre a subnotificação de mortes de yanomamis na gestão anterior, após o atual governo registrar um número maior de óbitos

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O Ministério da Saúde registrou a morte de 363 yanomamis em 2023, no primeiro ano do governo Lula. Já em 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comandava o país, foram registradas 343 mortes. A Secretaria de Saúde Indígena apontou que os registros de 2022 e dos anos anteriores estariam “subnotificados” e culpou o governo Bolsonaro pelo “abandono” da Terra Yanomami.

Segundo Parente, as acusações são uma “cortina de fumaça para mascarar sua incompetência”. E ele ainda explica que falar em subnotificação é uma maneira de mascarar a falta de ações efetivas do atual governo para resolver a crise dos yanomamis.

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"O atual governo fez um teatro e não conseguiu melhorar a situação. O problema é complexo, não estou dizendo que seja algo fácil de solucionar. Mas não é com bravata que se vai fazer. Se eles estão alegando que a gente subnotificou, eles que têm que provar. E a mídia tem que cobrar as provas, não aceitar essa afirmação passivamente", disse Parente à Folha de São Paulo.

O ex-secretário, que ocupou o cargo de junho de 2020 até o final do governo Bolsonaro, ainda ressaltou que não é possível subnotificar mortes. “Óbito é algo binário, ou a pessoa está morta ou viva. Em tese seria possível até subnotificar a causa, mas a morte em si não tem como. Vai ressuscitar a pessoa, dizer que não morreu? Isso não existe", afirma.

Parente também criticou a gestão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, em relação a epidemia de dengue no Brasil, que superou mais de 2 milhões de casos da doença e quase mil mortes apenas em 2024.

"O Ministério da Saúde está confiando totalmente nessa vacina do Butantan, que ainda é uma promessa e não vai ficar pronta para 2024 e talvez nem 2025. Enrolaram, não compraram vacinas importadas, não fizeram incorporação tecnológica. E agora é tarde", afirma.