A auditoria que está investigando uma série de obras suspeitas na Seed foi aberta no início de maio pelo então secretário da Educação Fernando Xavier, exonerado exatamente naquela época, na esteira da greve dos professores.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Xavier afirmou que as irregularidades foram descobertas quando se tentava fazer um diagnóstico da situação das escolas estaduais.
“Logo no começo do ano, devido ao estado físico das escolas e à restrição orçamentária que tínhamos, houve a necessidade de se fazer um levantamento rigoroso das obras, para estabelecer uma linha de prioridades. Ao fazer esse trabalho, percebemos divergências entre a fase da obra e a quantidade de pagamentos que já tinham sido feitos”, explicou.
Checagem
A partir daí, Xavier disse que uma equipe foi formada para percorrer pessoalmente as obras. A avaliação em campo resultou em um relatório assinado pelo engenheiro civil Jaime Sunye Neto, então chefe da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude). “No campo, fizemos um trabalho de amostragem, indo em cima das divergências mais graves. A partir do relatório, abrimos a auditoria. E depois eu não acompanhei mais”, resumiu o ex-secretário.
Xavier não soube dizer o motivo do afastamento de Sunye Neto, também exonerado do cargo de chefia na Sude no início de junho. Por ser servidor efetivo desde 1980, Sunye Neto foi transferido no fim de junho para a Secretaria de Estado da Administração e Previdência. A Seed não confirma se sua exoneração tem relação com a auditoria em curso na pasta. A reportagem não conseguiu contato com ele.
