José Francisco Prestes, 58 anos, acusado de matar seu vizinho, o bancário Sérgio Alaor Kluppel, vai aguardar o julgamento em liberdade. O alvará de soltura do ex-síndico do condomínio Barão de Cotegipe, no bairro Água Verde, em Curitiba, foi assinado na manhã de segunda-feira pelo juiz Luiz Osório Moraes Panza, da 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. No fim da tarde do mesmo dia, Prestes foi transferido do Centro de Triagem II, no Complexo Penitenciário de Piraquara, para a casa de familiares em Curitiba.
Segundo o advogado dele, Marden Esper Maués, a família não tem intenção de voltar a morar no edifício onde o crime aconteceu.
O primeiro pedido de habeas- corpus em favor de Prestes, protocolado no dia 9 de outubro, foi negado por Panza. No entanto, novos argumentos foram apresentados por Maués para que o pedido fosse aprovado. O advogado afirma que não houve surpresa em relação à decisão do juiz em favor de seu cliente. "Foi feita uma análise estritamente técnica e amparada legalmente", comenta Maués. Já a família de Kluppel não esperava que o habeas-corpus fosse concedido. "Nós acreditávamos que o fato de ele ter premeditado o crime seria considerado como agravante", diz o filho da vítima, Cícero Kluppel.
O ex-síndico está à disposição da Justiça, aguardando convocação para depor. Ainda não há previsão de quando ele será interrogado. "Se ele estivesse preso, a convocação seria feita logo, por ser caráter de urgência. Como ele está em liberdade, provavelmente ainda demore uns 60 dias para ele ser ouvido", explica o juiz da 3.ª Vara Criminal, Mauro Bley Pereira Júnior, responsável pelo processo a partir de agora. Após Prestes e as testemunhas serem ouvidas, o caso será encaminhado ao Tribunal do Júri, onde o ex-síndico será julgado por um júri popular.
No dia 27 de setembro, Prestes se encontrou com Kluppel por volta das 9 horas no salão de festas do edifício. Após uma discussão, ele teria disparado dois tiros na cabeça do vizinho e, depois, atirado contra si mesmo, em uma tentativa de suicídio. O motivo seria o fato de Kluppel estar investigando as contas do condomínio, já que havia desconfiança de que o síndico estaria desviando dinheiro, chegando a atingir uma dívida de cerca de R$ 19 mil. Depois do episódio, as funções de síndico passaram a ser realizadas por uma administradora terceirizada. O conselho fiscal do edifício, formado por três moradores, contratou uma empresa de auditoria para fazer um levantamento das contas anteriores do prédio e avaliar se a dívida realmente existe.
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