O exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que avalia a qualidade da formação do médico recém-formado nas faculdades do estado de São Paulo, apontou que, dos 2.726 inscritos, 48% (1.312 candidatos) não alcançaram a nota mínima.
Isso significa que quase metade dos médicos formados no estado acertaram menos de 60% da prova - índice mínimo para a aprovação. A reprovação na prova, cuja participação é facultativa, não impede, no entanto, que o profissional obtenha o registro para exercer a Medicina.
A área de clínica médica foi a maior dificuldade dos médicos nas provas. A média de acertos ficou em 50,9%.
“A clínica médica é a base de quem quer continuar se aperfeiçoando na profissão. Os resultados são preocupantes”, disse Bráulio Luna Filho, coordenador do Exame e presidente do Cremesp.
Metade das 120 questões que compunham a prova foram consideradas fáceis. Mesmo assim, os participantes erram questões consideradas básicas para o exercício da profissão. De acordo com a avaliação, muitos dos recém-formados, por exemplo, desconhecem o diagnóstico para o tratamento inicial de infarto (63%) ou não acertaram as principais características no caso de transtorno bipolar (72%).
Das 30 escolas de Medicina paulistas cujos alunos participaram do exame, apenas 15 tiveram média superior a 60%. Nesta lista, figuram nove instituições públicas e seis particulares. Entre os médicos oriundos de universidades particulares, a reprovação é ainda maior: 58%. Já nas escolas públicas paulistas, a média de reprovação foi de 26,4%.
Para Luna Filho, o despreparo dos médicos recém-formados explicaria o aumento das denúncias de erro médico que chegam ao Conselho. Em 15 anos, os processos ético-profissionais aumentaram em 320%. Atualmente, o Conselho recebe, em média, 17 denúncias de erro médico por dia. O presidente do Cremesp defende a criação de um exame obrigatório para a obtenção do registro.
“Se é obrigatório para um advogado, um contador, fazer um exame para poder exercer a profissão, o mesmo deveria acontecer para um médico”, diz.
De acordo com o Cremesp, houve uma ligeira melhora no indíce de aprovação dos recém-formados em relação aos anos anteriores, mas a média ainda preocupa o órgão. Em 2014, 55% do total de inscritos foi reprovado; já em 2013 foram 59,2%.
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