O futebol aos domingos ou a corrida no parque no fim de semana podem acarretar problemas graves de saúde. A prática regular de exercícios faz com que o coração se adapte ao ritmo da atividade física, aumentando um pouco o seu tamanho e elevando a capacidade de irrigação sangüínea das coronárias. Já quem pratica esporte apenas uma vez por semana coloca em risco a saúde, conforme explica o médico cardiologista Ricardo José Rodrigues.
"O atleta de fim de semana não dá tempo para que o órgão se adapte", comenta o médico. "O estímulo dado ao coração precisa ser repetido em até 72 horas. Se-não, toda vez que a pessoa vai se exercitar é como se fosse a primeira vez. A freqüência cardíaca se eleva e o exercício acaba estressando o órgão e as coronárias."
Um dos riscos, salienta o cardiologista, é que o estresse causado pelo exercício leve ao rompimento de uma placa de gordura da artéria, liberando substâncias responsáveis pela coagulação do sangue. "A placa rompe e forma um trombo que fecha abruptamente a artéria. Se isso ocorrer no cérebro, é derrame. Se ocorrer no coração, é enfarte", alerta Rodrigues.
Embora menos freqüente que o enfarte, a miocardiopatia hipertrófica, doença que acomete o músculo cardíaco, também aflige os atletas de fim de semana e pode causar morte súbita. "O músculo, inadvertidamente, começa a aumentar de espessura. A doença é assintomática durante o exercício. Nessa fase assintomática, é possível diagnosticá-la com eletrocardiograma ou ecocardiograma", afirma o cardiologista.
Antes de começar qualquer tipo de atividade física, consultar um cardiologista é fundamental para que seja feita a avaliação cardiorrespiratória. A cada seis meses, a avaliação deve ser refeita. Isso é válido para pessoas de todas as idades.