O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez nesta sexta-feira (6)sua segunda visita ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, desde que as comunidades foram ocupadas pelo Exército, em novembro do ano passado. Jobim fez um sobrevoo, conversou com as tropas e caminhou pelo complexo, menos de 48 horas após um homem ter sido executado no local, crime que ainda não foi solucionado pela polícia.
A primeira ida do ministro ao Alemão ocorreu em fevereiro, para a inauguração de uma agência bancária. Hoje, Jobim voltou a dizer que o Exército só sairá depois que ocorrer a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), prevista para setembro ou outubro.
"Queria ver como está o trabalho de nossos 1.700 homens, no Alemão e na Penha. Fiz o sobrevoo também para localizar os pontos fortes, antigas moradias de traficantes, que já estão sendo usadas estrategicamente pelo Exército e serão repassadas às UPPs", afirmou o ministro.
Sobre o assassinato de Wallace Amorim, de 31 anos, que estava em um bar na quarta-feira e foi executado, dentro do Complexo do Alemão, Jobim se limitou a dizer que as investigações estão a cargo da Polícia Civil. "Estamos aqui para subsidiar a polícia. As Forças Armadas, não só o Exército, mas Marinha e Aeronáutica, só têm poder de patrulha, revista e prisão em flagrante", disse. O ministro negou ter conhecimento da existência de milícias atuando na região.
No próximo dia 15, os 1.700 homens da 9.ª brigada (Rio) vão ser substituídos por militares da 11.ª brigada (Campinas). Será a segunda troca desde o início da ocupação. Desde 18 de fevereiro, quando a 9.ª brigada assumiu, foram apreendidos 800 papelotes de cocaína e 900 CDs e DVDs piratas. Oito pessoas foram detidas, por consumo ou tráfico de drogas.
Segundo a assessoria de comunicação do Comando Militar do Leste (CML), nenhuma arma foi apreendida. Além do Exército, cerca de outros 200 policiais militares e civis compõem a força de pacificação do complexo.
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