Rio (AG) – O chefe de Estado-Maior da Brigada Pára-quedista, coronel Carlos Barcelos, informou na noite de ontem que os dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Exército no último dia 3 foram encontrados. O coronel não informou em que local o armamento foi localizado, mas garantiu que não foi na Favela da Rocinha, onde o Exército fez operação todo o dia. À tarde, o Disque-Denúncia chegou a oferecer uma recompensa de até R$ 10 mil por informações que levassem ao esclarecimento do roubo.

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Ontem cerca de 200 homens do Exército ocuparam a Rocinha, em São Conrado. Duas pessoas ficaram feridas na operação: um morador e um pára-quedista da tropa. O morador, identificado como David Gomes de Oliviera, levou um tiro na perna, em circunstâncias ainda não esclarecidas. E o militar atirou no próprio pé, por acidente. Os dois foram levados para o Hospital Miguel Couto, no Leblon.

A operação durou pouco mais de sete horas. A tropa se retirou no fim da tarde. Pela manhã, os militares passaram em comboio pelas ruas Jardim Botânico e Marquês de São Vicente. Eles chegaram à Estrada da Gávea por volta das 10h30.

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Traficantes da localidade do Terreirão fizeram disparos para o alto e houve queima de fogos quando os soldados entraram na comunidade. À tarde, foram ouvidos mais disparos e a explosão de uma granada.

Bandidos da Rocinha acompanharam a movimentação dos soldados de pontos altos do morro. Os traficantes zombaram da ação do Exército depois que militares jogaram de helicóptero panfletos explicando a presença na comunidade e pedindo apoio à população. Os marginais, que se comunicavam por radiotransmissores, liam e riam do que estava escrito nos panfletos.

Dois carros blindados da Polícia Militar deram apoio à operação do Exército na favela. Um prédio da prefeitura, em São Conrado, foi usado como base pelos militares. Ônibus e vans não puderam circular na favela e os moradores tiveram que subir o morro a pé. Pessoas foram revistadas no Largo do Boiadeiro.

O presidente da Associação de Moradores União Pró-Melhoramento, William Oliveira, contou que a chegada dos militares provocou alguns sustos. Segundo ele, no momento da ocupação cerca de 200 crianças participavam de um projeto social-esportivo na entrada da Rocinha: "Houve corrreria e os moradores ficaram assustados".