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O Exército vai enviar um reforço de 200 militares para o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em resposta aos conflitos da noite de terça-feira (6) no conjunto de favelas. O efetivo, que está à disposição do comando da operação e só aguarda o pedido para se dirigir ao local, vai complementar o adicional de 100 fuzileiros já enviados pelo Exército.

Além disso, as comunidades da Baiana e do Adeus e mais onze pontos próximos estão ocupados por 120 homens da Polícia Militar por tempo indeterminado, informou o comandante da instituição, Coronel Mário Sérgio. As duas localidades, de onde partiram os disparos de ontem à noite, não estão incluídas na área ocupada pelo Exército desde novembro do ano passado.

"O objetivo é vasculhar o local e procurar criminosos que estejam portando armas", disse o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte em entrevista coletiva realizada no Comando Militar do Leste.

Segundo o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, um "número muito pequeno" de traficantes teria entrado de carro nas comunidades pela Vila Cruzeiro. Ele ressaltou que os últimos episódios não vão alterar o cronograma de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em comunidades do Rio.

Também presente na coletiva, o comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, afirmou que os disparos de ontem à noite foram feitos por traficantes de fora que tentavam entrar no complexo por meio dessas comunidades. Segundo ele, o Exército foi pego de surpresa pela ação dos criminosos, enquanto investigava incidentes acontecidos no conjunto de favelas no último fim de semana. "Foi (uma surpresa), porque a inteligência não tinha levantado essa ação", disse. "Estávamos envolvidos na investigação do que aconteceu no domingo".

De acordo com o comandante, os distúrbios teriam começado no domingo, depois que militares perseguiram dois jovens flagrados vendendo drogas. Os soldados teriam entrado em um bar para onde os traficantes fugiram. O general explicou que os soltados teriam "perdido o controle", utilizando spray de pimenta e fazendo disparos com balas de borracha.

O general disse que quatro homens do Exército estão afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o que houve. "Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha", afirmou ao atribuir o episódio a uma armação de pessoas ligadas ao tráfico. Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV.

A informação dada por uma moradora de que a sobrinha dela teria sido morta por uma bala perdida foi contestada pelo general. "Passamos a noite com nossa inteligência procurando em todos os hospitais. Isso foi uma coisa plantada para piorar o clima", disse. Ele declarou ainda que é improvável que uma ação como a de ontem se repita. "Dificilmente vai voltar a acontecer o que ocorreu ontem. Foi um tiro no pé do tráfico Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O tráfico não quer a nossa presença lá", disse.

O general admitiu que o Exército respondeu aos disparos feitos pelos traficantes com armamento pesado. Ele também confirmou que ainda há tráfico na região e que traficantes de fora eventualmente circulam na área. "Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa", disse. O comandante afirmou ainda que o Exército vai voltar a ser mais rigoroso nas revistas, mas prometeu respeito aos moradores da localidade. "Vamos voltar a fazer mais revistas nas pessoas que pelas atitudes indicarem que estão fazendo algo errado", declarou.

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