O Exército ocupará o Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, no dia 7 de abril. A ação foi batizada de Operação São Francisco e contará com 1,5 mil militares, na primeira etapa, que patrulharão as ruas do entorno, enquanto policiais militares e civis entrarão no conjunto de favelas. Na segunda fase, 4 mil agentes das Forças Armadas (que inclui Marinha e Aeronáutica) e da Força Nacional de Segurança atuarão na comunidade, até a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) prevista para o segundo semestre deste ano.
Três batalhões da Brigada de Infantaria Paraquedista estão de prontidão para a ocupação da comunidade, que seguirá os mesmos moldes da operação no Complexo do Alemão. Ontem, 15 soldados do 1.º Batalhão de Engenharia de Combate do Exército participaram de ação conjunta com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar em busca de armas e munições nas favelas Nova Holanda e Parque União. No mesmo dia, o ministro da Defesa, Celso Amorim, autorizou o uso de blindados e lanchas da Marinha para apoiar as polícias estaduais na Maré.
As ações não caracterizam o início da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que será usada na ocupação definitiva do conjunto de favelas. Para isso, ainda é preciso a publicação de um decreto presidencial. Até lá, as Forças Armadas só poderão atuar na Maré em missões de levantamento de área e serviços de inteligência, que já estão sendo feitos. Com a GLO as Forças Armadas terão poder de polícia e poderão fazer patrulhas, vistorias e prisões em flagrante.
Por causa das operações policiais, 2.917 alunos de seis unidades escolares municipais não tiveram aula ontem. A Vila Olímpica da Maré também ficou fechada por questões de segurança.
Abuso
Ainda ontem, moradores das 16 comunidades que compõem o Complexo da Maré relataram casos de abuso nas abordagens policiais, maioria por parte de militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Procurada pela Agência Brasil, a PM do Rio disse que não recebeu nenhuma reclamação até o momento.
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