Quatro meses depois da última pendenga entre a prefeitura de Curitiba e os permissionários do Mercado Central da Rua da Cidadania da Matriz, na Praça Rui Barbosa, pela falta de autorização aos quiosques para vender pratos-feitos, o ponto de discórdia, agora, é a utilização dos banheiros dos funcionários do local.
Desde segunda-feira, só podem utilizar o banheiro funcionários com crachá de identificação. O problema é que alguns permissionários afirmam que já mandaram os documentos à prefeitura há quatro anos e até agora não receberam resposta. "Eu pago taxa de manutenção e não posso usar o banheiro", reclama Silvana Aparecida Carvalho, 23 anos, permissionária de um dos quiosques da praça de alimentação.
Ontem, Silvana teve que utilizar o banheiro dos clientes, que é pago. "Cada ida ao banheiro são R$ 0,30. Imagine a conta de banheiro no fim do mês", questiona. "Além disso, quero saber onde estão meus documentos que enviei há quatro anos, um funcionário da Urbs (autarquia da prefeitura que administra o local) me disse que eles provavelmente foram extraviados", relata.
Laís Cristine Vilbert, 29 anos, também permissionária da praça de alimentação, recebeu o crachá de titular, mas a mãe, Diloê da Rosa Menezes, 54 anos, que trabalha no local como funcionária, não. A documentação foi enviada à prefeitura também há quatro anos. "Não somos contra a exigência, mas tem que regularizar de forma organizada. Minha mãe foi barrada na porta do banheiro", conta Laís.
Segundo a presidente da Associação do Mercado Central (Amec), Maria José de Oliveira, depois que a imprensa foi chamada, a prefeitura resolveu emitir autorizações especiais aos permissionários que não tinham crachá. "Não somos contra a restrição do uso do banheiro, mas teriam que ter dado um prazo para que nos adequássemos", diz.
O administrador comercial da Rua da Cidadania da Matriz, José Valsiomar Zanellata, ressalta que a determinação sempre existiu. "Passamos a aplicá-la para o bem deles. Os banheiros estavam sendo utilizados por drogados e vândalos", relata.
Ainda de acordo com Zanellata, há duas semanas os permissionários vinham sendo avisados da exigência. Além disso, em uma circular de julho de 2005 e em reuniões da Comissão do Mercado Central o assunto também teria sido abordado. "Colocamos também um edital na porta do banheiro", diz. A Urbs, por meio da assessoria de imprensa, diz estar pesquisando a situação dos permissionários citados na reportagem.
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