Quem no último mês folheou uma das revistas brasileiras de maior circulação deve ter reparado num anúncio em particular o da Universidade Paranaense (Unipar). Na foto, quatro jovens e uma caminhonete ao fundo, no melhor do estilo estradeiro. Abaixo, uma lista extensa de cursos oferecidos pela instituição nascida em Umuarama, Norte do Paraná, mas hoje espalhada por mais seis cidades (Toledo, Paranavaí, Guaíra, Cianorte, Cascavel e Francisco Beltrão). A casa soma a impressionante cifra de 22 mil alunos de graduação e pós-graduação, emprega próximo de 2 mil profissionais e calcula ter lançado no mercado desde seu surgimento, em 1993, como pequena faculdade de Letras 34 mil graduados. A média hoje é de três mil por ano. A potência da Unipar é tamanha que há quem diga que Umuarama não sobreviveria sem ela.
Êxodo
O reitor Carlos Eduardo Garcia bate na tecla do êxodo: instituições fortes no interior evitam a debandada rumo aos grandes centros e privam as empresas locais de ter de importar mão-de-obra especializada. "A grande maioria de nossos acadêmicos tem o desejo de exercer suas carreiras na região em que nasceu", ilustra Garcia. Nem sempre é fácil. O pega-pra-capar da economia afeta a classe média em qualquer lugar principalmente nas cidades menores. Mas não dá para se queixar. Enquanto muitas faculdades de primeira viagem perderam sua clientela, a Unipar que montou cursos caros como Arquitetura e Odontologia pegou a estrada rumo a Cascavel e outras paisagens.
Muito perto da Unipar, com a diferença de uma letra e alguns quilômetros, a Unopar ganhou impulso em Londrina. Surgiu, em 1972, mais ou menos na mesma época do que a vizinha de Umuarama, e igualmente modesta. Em 1997, virou universidade. Hoje tem 26 cursos de graduação, 12 mil alunos, câmpus em Arapongas (a 33 quilômetros) e Bandeirantes (a 100 quilômetros) e gradua cerca de 1,5 mil profissionais por ano. Também achou o mapa da mina: atende cerca de 40 mil alunos no sistema educação a distância, chegando a 24 estados da federação, fazendo do fato de ser paranaense quase um acaso. Uma das pioneiras no ramo "a distância", tem a particularidade de ter visto o projeto nascer nas salas de aula, com a participação de alunos, professores e técnicos da casa.
