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Sábado, às 10 horas, no obelisco que indica o marco zero de Curitiba, na Praça Tiradentes, o jornalista Eduardo Fenianos inicia uma expedição de duas semanas pelo centro da cidade. Segue sozinho e sem rumo. Na bagagem: saco de dormir, bússola, mudas de roupa, filmadora, máquina fotográfica e carteira de identidade. Nada de comida, bebida, dinheiro ou cartão de crédito – Fenianos vai se aventurar às custas da boa vontade dos outros, recebendo abrigo e refeição de quem estiver disposto a colaborar.

"Viajar sem dinheiro permite uma aproximação maior com as pessoas e enriquece o lado humano da expedição", diz. Esta não é a primeira aventura de Fenianos por Curitiba. Mais conhecido como Urbenauta, o jornalista de 34 anos já percorreu todas as ruas da capital paranaense oito anos atrás, em um projeto que durou 100 dias. Em 2001, ele repetiu a dose em São Paulo – levou 120 dias para conhecer todos os bairros. Fez o mesmo em Florianópolis, durante duas semanas, em 2003. "Desta vez o objetivo é chamar a atenção para o centro de Curitiba, que anda abandonado", explica Fenianos.

O Urbenauta tem o apoio do projeto Centro Vivo, da Associação Comercial do Paraná (ACP), que trabalha para melhorar a imagem e desenvolver a região central de Curitiba. Ele passou seis meses pesquisando a história do centro da capital que, segundo Fenianos, oficialmente se estende por uma área de 329 hectares que vai das proximidades do Colégio Estadual do Paraná até a rua Desembargador Motta.

O Urbenauta escolheu o nome "Viagem ao Centro de Curitiba" para batizar a expedição – uma homenagem à obra de Julio Verne "Viagem ao Centro da Terra". "Vou ser uma cobaia para passar pelas mais diversas situações nesta semana, inclusive dormir na rua se for preciso. Mas também pretendo passar por outras experiências, como dormir em um bom hotel, por exemplo, e relatar para os curitibanos como é passear sem sair da cidade", explica.

Durante a expedição, Fenianos vai pesquisar o comércio, os monumentos, os prédios antigos e a gastronomia da região. Os relatos das observações e conversas farão parte de um diário de bordo que vai virar livro. "A pesquisa histórica está praticamente pronta. Assim que terminar a expedição editamos as imagens e os textos, e publicamos o livro. O objetivo é estar com tudo pronto até abril", planeja. O término da expedição está programado para 8 de abril, às 10 horas, na Praça Osório, em frente ao relógio que marca a hora oficial de Curitiba.

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