O herbário do Museu Botânico Municipal conquistou um saldo positivo da última expedição, iniciada no dia 12 de abril e finalizada na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente. Após 23 dias de viagem pelos estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais, a equipe de técnicos coletou mais de 10 mil exemplares de plantas que passaram a integrar o acervo, considerado o quarto maior do país. Desse número, foram identificadas mil espécies novas, algumas ainda nem catalogadas pela Botânica um prato cheio para pesquisadores da área de ciências biológicas.
Realizadas de quatro a seis vezes por ano, as expedições percorrem todo o Brasil e compõem o esforço pela ampliação do conhecimento científico no campo da Botânica.
O curador do herbário do Museu Municipal, Osmar Ribas, é o responsável pela coleção. "Faço algumas expedições. Em outras tenho que mandar a equipe. O curador é como se fosse um gerente da coleção toda, na parte científica", explica.
Primeiramente, o pesquisador vai a campo, localiza e coleta o material, procurando conservar as estruturas reprodutivas, como os cabinhos com flores eles servirão de base para que um especialista possa identificar a espécie. Na sequência, a coleta é posta em estufa, desidratada e costurada em folhas de cartolina. Por fim, as plantas são enviadas ao especialista e é separado um exemplar de cada espécie nova para o herbário.
Fundador
Falecido no dia 16 de abril deste ano, Gerdt Guenther Hatschbach foi considerado o maior botânico de campo do Brasil e um dos maiores do mundo. Referência nacional e internacional no assunto, Gerdt nasceu em 22 de agosto de 1923, em Curitiba. Formou-se em Química Industrial, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná. Doutor Honoris Causa em Botânica, coletou mais de 82 mil plantas, entre elas cerca de 500 espécies novas para a ciência.
Em 1965, a convite do então prefeito de Curitiba Ivo Arzua Pereira, organizou o Museu Botânico Municipal exercendo a função de chefia cargo que sustentou até a morte.
O biólogo Osmar Ribas, atual curador do herbário do Museu Municipal, conviveu por mais de 20 anos com Gerdt. "Ele sempre vai fazer muita falta. Mas o seu legado foi uma equipe muito bem treinada. Deixou, inclusive, pré-programados os roteiros que a gente deveria fazer. O maior medo dele era de que não houvesse continuidade e o herbário perdesse a funcionalidade", comenta Osmar. "A equipe que está aqui pegou todo esse jeito dele. É uma equipe que tem brilho nos olhos e faz as coisas com amor", completa o curador.