Várias organizações não-governamentais (ONGs) nasceram da necessidade de transformar a dor em boas ações. Um exemplo é a ONG Você Consegue, criada por Josefa Schimit, zeladora do Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia de Ponta Grossa. Tudo começou em 1998, quando a sobrinha de Josefa morreu vítima de leucemia. Para ela, o destino da menina poderia ter sido alterado se a família tivesse mais conhecimento da doença e, principalmente, do processo de doação de medula osséa. "Não só a minha sobrinha, mas qualquer pessoa que morre por falta de doador, é culpa da falta de informação", defende Josefa.
Há dois anos, ela soube que era possível participar do banco de doadores de medula com uma simples doação de sangue. E o mais importante: que o procedimento cirúrgico, em caso de compatibilidade, é simples e rápido. Com o conhecimento, veio a constatação: "Não é a leucemia que mata, é a falta de informação, a falta de solidariedade", diz.
Desde então, seu trabalho não encontra limites. Escolas, universidades, grandes empresas. Qualquer lugar serve para que Josefa ministre sua palestra de cerca de dez minutos e abra a possibilidade do esclarecimento de dúvidas, que levam, em média, meia-hora.
E o maior reconhecimento do seu trabalho foi conseguir um doador para uma pessoa. "Ela descobriu que tinha leucemia. E a irmã dela tinha assistido minha palestra alguns dias antes e correu para descobrir se era compatível. Para a sorte delas, as medulas eram compatíveis", conta.
Com a criação da ONG, Josefa espera que mais pessoas assinem o manifesto no site da instituição (www.voceconsegue.org) para que a doação de medula óssea seja tratada nas escolas. Para ela, a solidariedade independe de condição social ou quantidade de reais no bolso: "Você pode e deve fazer a diferença. E eu estou fazendo a minha parte."
A busca
A história é mais conhecida, mas nem por isso, menos relevante. Arlete Caramês ficou conhecida como "a mãe do Guilherme", após o desaparecimento do seu filho, Guilherme Caramês, em 1991. Nos primeiros sete meses após o sumiço, Arlete não via motivos para sair de casa e enfrentar a vida, ficou sem fazer nada, até que a inércia e a falta de perspectivas passaram a incomodar. Com o apoio de mais 11 pais que vivenciavam a mesma situação, em abril de 1992, Arlete e companhia criaram o CriDesPar, o Movimento pelas Crianças Desaparecidas do Paraná.
A ONG mostrou força e foi uma das responsáveis pelo surgimento do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). "Encontrávamos uma dificuldade muito grande. Não existia uma delegacia para dar apoio a nossa causa e nenhum serviço que centralizasse essa questão. De vez em quando, uma matéria aparecia na imprensa. Mas faltava algo centralizador", afirma Arlete.
Hoje a ONG conta com 67 parceiros empresas que procuram maneiras de estampar o rosto das crianças desaparecidas em seus produtos. E, apesar de Guilherme não ter sido encontrado, existe a certeza de que a voz de Arlete e de seus companheiros impediu muitos sequestros e alertou muitos pais para que uma situação pouco falada se tornasse notória na sociedade brasileira. (VB)
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