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Incêndio

Explosão deixa ferido e causa pânico nas Mercês

Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo" | Divulgação/Downtown Filmes
Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo" (Foto: Divulgação/Downtown Filmes)

Uma explosão em uma distribuidora de gás no bairro Mercês, em Curitiba, às 18h10 de ontem, deixou um homem ferido, destruiu vários veículos e obrigou o Corpo de Bombeiros a evacuar casas e prédios, além de interditar três residências nas proximidades.

De acordo com o major do Corpo de Bombeiros Samuel Prestes, cinco veículos e 30 homens participaram da operação, na esquina das ruas Roberto Barrozo e Júlio Perneta. O fogo só foi controlado uma hora e meia depois da explosão.

Segundo o major, as causas do incêndio só serão conhecidas após a perícia do Instituto de Criminalística, mas informações preliminares indicam que uma ponta de cigarro pode ter provocado a explosão. Há suspeitas de que a empresa estivesse trabalhando com estoque superior ao permitido.

A força da explosão dos primeiros botijões chegou a provocar a queda de energia em vários imóveis das Mercês, Vista Alegre, Bigorrilho, Bom Retiro, Cabral e Centro Cívico. O incêndio obrigou a Copel a desligar a linha de energia que passava pela Roberto Barrozo. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, técnicos da Copel realizaram uma manobra com as chaves de energia para buscar luz de outras linhas e tentariam normalizar a situação ainda na noite de ontem. Na área atingida pelo incêndio, no entanto, a fiação queimou e começou a ser trocada por volta das 21h30. A Copel não tinha uma estimativa de quantas pessoas ficaram sem energia por causa do acidente.

Com o fogo controlado, funcionários da Liquigás-Petrobras recolheram os botijões espalhados. A retirada de todos os botijões é uma exigência da Defesa Civil para liberar a área. Com várias quadras bloqueadas, o trânsito nas proximidades do acidente ficou confuso. Agentes da Diretran impediram a aproximação de veículos a menos de três quarteirões da distribuidora.

O motorista Edmundo Goralewski, vizinho da revenda, disse ter ouvido uma primeira explosão, muito forte, seguida de outras menores. "O chão da casa tremeu", descreve ele que era cliente da distribuidora. O estudante Ricardo de Assis Pereira, 27 anos, tinha acabado de chegar em casa quando ouviu um barulho muito forte. Ao olhar para fora da porta da sala viu a explosão. "Só pensei em correr naquele momento", diz. O estudante mora com a mãe, a funcionária pública Elza Rodrigues Pereira, 51 anos, ao lado da distribuidora. A porta da sala fica a cerca de um metro, em frente a uma parede onde ocorreu a explosão, que segundo a Defesa Civil corre risco de desabamento. Uma árvore também pode cair.

Elza soube do acidente por meio de uma ligação do filho, mas só teve a dimensão do risco que ele correu cerca de duas horas depois, quando chegou em casa. Os dois moram no local há dois anos. Quando conseguiu entrar em sua residência, em companhia de três homens da Defesa Civil, o calor da parede da distribuidora ainda era muito alto. Mesmo assim, Elza ainda tinha planos de poder dormir em casa na noite de ontem. "Nunca pensei que fosse perigoso assim morar ao lado de uma distribuidora de gás. Quando vim para cá, só pensei na comodidade de estar ao lado de um local onde se vende botijão."

Segundo relato de vizinhos, o marido da proprietária da distribuidora, Maria Terezinha Reis da Silva, morreu há um ano, vítima de vazamento de gás de cozinha.

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