| Foto: Reprodução/GloboNews

Cinco pessoas morreram após a explosão em um conjunto habitacional em Fazenda Botafogo, bairro na zona norte carioca. Foram contabilizados nove feridos. O prédio atingido, de cinco andares, teve as fundações abaladas e corre o risco de desabar, segundo a Defesa Civil Municipal, que interditou a área.

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Para Defesa Civil, explosão poderia ter sido evitada

O subsecretário de Defesa Civil do Rio, Márcio Motta, disse nesta terça-feira (5) que a explosão que matou cinco pessoas no conjunto habitacional Fazenda Botafogo poderia ter sido evitada.

“É uma tragédia que poderia ter sido evitada. Tenho escutado de moradores que já haviam reclamações sobre vazamentos de gás. A CEG vai ter que responder sobre isso” afirmou.

A explosão ocorreu na madrugada desta terça-feira (5), deixando cinco mortos e nove feridos, em um dos 86 edifícios do condomínio. Moradores dizem que fizeram diversas reclamações à companhia distribuidora, mas o cheiro de gás permanecia.

O subsecretário de Defesa Civil disse que os moradores estão sendo atendidos pela prefeitura. Alguns estão sendo autorizados a buscarem roupas, remédios e documentos.

O Procon estadual abriu investigação sobre a responsabilidade da distribuidora no acidente.

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A explosão ocorreu por volta das 5 horas e teria sido provocada por vazamento de gás. Até o momento, a hipótese mais considerada pelos técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros é de que a tubulação subterrânea de gás, que passa diretamente sob o apartamento térreo do prédio, explodiu por causa de um vazamento.

Integrado por 86 prédios, o conjunto habitacional foi construído na década de 70. Nele moram cerca de 17 mil pessoas. O bloco mais danificado é o de número 38. Em cada um dos cinco andares há oito apartamentos.

De acordo com a Defesa Civil, três pessoas morreram na hora, entre elas um casal de idosos que dormia no apartamento. Outras duas morreram em hospitais. Os feridos foram levados para três hospitais das zonas norte e oeste da capital.

A falta de ferimentos nos cadáveres pode ser um indício de morte provocada por inalação de gás. As cinco pessoas que morreram na explosão em um prédio na zona norte do Rio não teriam apresentado lesões e fraturas nos corpos.

Relatos

Moradores e vizinhos relataram uma “chuva de pedras” após a explosão, ocorrida por volta das 5h desta terça-feira, 5. A área está coberta por escombros de concreto e cimento e estilhaços das janelas destruídas.

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“Eu tinha acabado de colocar o pé na calçada para ir ao trabalho quando ouvi o estrondo. Minha única reação foi abaixar e esperar o fim do barulho e das pedras caindo sobre a rua. Logo que levantei vi várias pessoas saindo do prédio desesperadas, algumas ensanguentadas”, disse o servidor público Luiz Carlos Santos Martins, de 34 anos, morador do bloco ao lado do local da explosão.

A força da explosão afundou o térreo do prédio, conta o técnico em eletrônica Tácito Ferreira, de 35 anos. Ele mora no segundo andar do bloco que explodiu. “Estou com as janelas e portas quebradas. Mas estava escuro e ainda não deu para avaliar o prejuízo. Só deu para pegar alguns documentos. Ainda bem que minha mulher e minha sogra tiveram apenas ferimentos leves”, afirmou.

Conclusão diz que não faltou vistoria

A gerente de Gestão de Rede da Companhia Estadual de Gás (CEG), Cristiane Delart, afirmou que, dos 40 apartamentos no prédio onde houve explosão, 19 utilizam o serviço de gás encanado.

“Os outros 21 apartamentos podem usar outro tipo de fornecimento e isso inviabiliza qualquer conclusão neste momento”, disse.

A companhia foi duramente criticada pelo prefeito Eduardo Paes na manhã desta terça-feira. Ele acusou a concessionária de omissão no atendimento. Os moradores e vizinhos também disseram que a CEG foi chamada várias vezes para resolver problemas relacionados ao forte cheiro de gás no condomínio.

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“Nós registramos quatro chamados dos moradores do prédio onde houve explosão, no mês de março. Todos foram imediatamente resolvidos. Em dezembro, também vistoriamos toda a rede que abastece o imóvel e não identificamos nenhum escapamento na distribuição de gás”, afirmou a gerente.

O prefeito Eduardo Paes foi vaiado ao chegar no condomínio. Ele se reuniu com moradores do bloco mais afetado pela explosão e saiu sem dar entrevistas.