A polêmica exposição “O Grito”, realizada na Caixa Cultural de Brasília e que tinha um dos quadros exibindo políticos dentro de uma lata de lixo, custou R$ 250 mil à Caixa Econômica Federal. Os detalhes financeiros constam em um extrato de contrato publicado no Diário Oficial da União no último dia 9.
A exposição idealizada pela artista Marília Scarabello e contratada pela antropóloga Iara Machado, da empresa Lhama Arte e Cultura, foi suspensa pela Caixa nesta segunda (23) devido à identificação de uma “manifestação com viés político”, o que viola as diretrizes da empresa.
Uma das obras apresentava o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro de um cesto de lixo coberto com a bandeira do Brasil. Outras imagens exibidas também remetem a personagens recentes da política brasileira em situações questionáveis.
De acordo com o contrato, o pagamento pela obra estava programado para ser feito em parcelas, de acordo com o cronograma estabelecido no contrato, com o último desembolso programado para dezembro, coincidindo com o término original da exposição, segundo apuração do Poder 360. O extrato do contrato no Diário Oficial, no entanto, revela a validade até o mês de novembro (veja na íntegra).
“Considerando que foi identificada na obra em questão manifestação com viés político, o que fere as diretrizes do programa, a Caixa decidiu suspender a referida exposição. A direção do banco informa ainda que determinou apuração de responsabilidade pelos órgãos internos”, disse a Caixa em nota.
O Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural lançou o regulamento em abril deste ano, com inscrições até maio, e estabeleceu um limite de patrocínio de R$ 600 mil por cidade. Além disso, o valor do patrocínio não estava vinculado aos custos de execução da obra, mas sim a “critérios objetivos de avaliação da vantajosidade do projeto”.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a presidente da Caixa, Rita Serrano, apresentaram os projetos selecionados para a Caixa Cultural em agosto, incluindo “O Grito”. O banco investiu um total de R$ 30 milhões nessa seleção até março do próximo ano, com o objetivo de promover o acesso à cultura e gerar emprego e renda.
A Caixa decidiu suspender a exposição “O Grito” devido à percepção de que continha uma “manifestação com viés político”, o que não estava de acordo com as diretrizes da empresa. A exposição, que incluía políticos retratados em situações controversas, estava em exibição na Caixa Cultural de Brasília desde 17 de outubro.
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