Vários pedaços de tronco de Araucária cortados chamaram a atenção de quem passava pelo calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, nesta quarta-feira (3). Tata-se de uma exposição que tem por objetivo alertar para o perigo de extinção da Floresta de Araucárias, árvore símbolo do Paraná e que atualmente cobre menos de 1% da área original. "Queremos levar essas informações importantes para a rua, que é onde o povo está", conta a jornalista Teresa Urban, coordenadora da exposição e do projeto.
A interferência acontece no momento em que o desmatamento volta a ser notícia. Políticos e empresários do interior do estado foram presos nesta terça-feira (2) na operação Angusti-folia (o nome da operação é um trocailho da polícia com a denominação científica do pinheiro, Araucária-angustfolia), da Polícia Federal por suspeita de crime ambiental. Além disso, 16 empresas foram embargadas e o prefeito de Bituruna, Remi Ranssolin, está foragido.
A exposição "Contagem Regressiva não deixe chegar no zero", como foi batizada, é realizada em razão do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta sexta-feira (5). Em todo o percurso do calçadão foram espalhados 10 pedaços do tronco de uma Araucária com mais de um metro de diâmetro cada. Eles são de uma árvore de cerca de 200 anos derrubada de forma ilegal em Palmas, na região Sul do estado.
Em cada peça, uma placa com informações sobre a floresta foi colocada. "Não deixe chegar a zero é mote da campanha, que pede um esforço da sociedade para que não deixe de se envolver na causa e cobrar medidas mais eficazes das autoridades", explica Teresa.
No primeiro dia a receptividade foi grande, conta a coordenadora. "Fiquei gratamente surpresa pelo fato de que muita gente parou, perguntou e quis saber mais. São pessoas de todas as idades e cada uma com sua história sobre a Araucária para contar. Foi comovente", conta. A exposição deve continuar no calçadão até sexta-feira.
Em cada peça da exposição, monitores estão a postos para tirar as dúvidas e dar explicações para a população. Os interessados ainda podem levar uma cartilha com explicações completas e uma fita da campanha. O projeto é desenvolvido numa parceria entre o Ibama, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná e SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental.