Mais de 11 mil pessoas que fizeram passaportes desde o início de março terão de trocá-lo. O documento, das primeiras séries emitidas com chip pela Casa da Moeda brasileira, contém um defeito que impede a leitura de sinais gráficos, como os de acentuação. A Polícia Federal (PF) começou a corrigir a falha em abril e os prejudicados estão sendo contatados diretamente por agentes federais. Cerca de 5 mil pessoas já fizeram a troca.
Os 11.601 passaportes com defeito saíram da Casa da Moeda entre os dias 2 de março e 6 de abril, em meio a uma leva de 170 mil documentos que foram mandados para todo o país. O software que insere os dados pessoais do portador do documento não reconheceu os sinais gráficos, o que levou a diferenças entre os dados lidos no chip e o que está na versão impressa.
Os problemas, no entanto, seriam pequenos, de acordo com a PF. Alguém chamado João, por exemplo, apareceria como Joao. Ou uma pessoa com um nome composto com hífen teria os dois nomes separados.
As embaixadas e consulados brasileiros no exterior foram informados do problema pelo Itamaraty, para o caso de alguém ter problema ao dar entrada em outro país por causa das diferenças. Até agora, no entanto, não houve registro de casos como esse. A Polícia Federal garante que as pessoas que receberam os passaportes defeituosos podem viajar sem problema antes de fazer a troca, se já tiverem algo marcado.
Uma lista com os números de identificação dos passaportes com falhas foi publicada pela PF. No entanto, o órgão afirma que os prejudicados não precisam procurar os postos para fazer a troca. Agentes estão ligando para todas as pessoas para marcar uma data para a feitura de um novo documento, sem custo. A troca deverá ser feita no mesmo posto onde a pessoa tirou o primeiro passaporte.
O passaporte com chip começou a ser emitido em dezembro de 2010 em um projeto piloto. Em fevereiro, a emissão foi estendida para todo o país.