Estiagem já é sentida na agricultura
Além de trazer transtornos para a cidade, a falta de chuvas pode causar prejuízos no campo. A estiagem é prejudicial à safrinha de milho e segundo o economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Jefrey Alber, muitos produtores já estão se queixando. "Ainda não mensuramos o prejuízo, mas estamos precisando de chuva em todas as regiões."
Segundo estudos do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a falta dágua está entre 50 e 60 milímetros na região de Londrina, Norte Pioneiro, e na região metropolitana de Curitiba, e de 40 a 50 milímetros na faixa de Maringá a Joaquim Távora. Na região que vai do Sul ao Norte do estado, o déficit é menor, de 30 milímetros. Segundo o pesquisador do Iapar, Rogério Faria, a estiagem é preocupante porque cerca de 30% da safrinha de milho está na fase de espigamento. A estiagem também atrasa a plantação do trigo, que precisa do solo úmido.
Bastaram um mês e 20 dias de chuvas abaixo do normal para a ameaça da falta de água em Curitiba e região metropolitana voltar a preocupar a Sanepar. No começo de março os reservatórios de Iraí e Piraquara contavam com 83% de sua capacidade e sinalizavam um quadro de otimismo. Ontem, porém, segundo o gerente de produção da companhia, Paulo Raffo, o nível era de 75,6% com as barragens abertas. Com isso, Piraquara está com 1,42 metro abaixo do nível normal e Iraí com 1,16 metro. Os dois reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de água de 70% dos domicílios de Curitiba, além dos municípios de Campo Magro, Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais.
"Março não choveu tudo que esperávamos e em abril tivemos muito pouca chuva. Estamos fazendo o monitoramente diário, mas estamos bastante preocupados com esta situação", diz Raffo. Os atuais índices ainda estão distantes dos que levaram a companhia a decretar rodízio no abastecimento em agosto do ano passado quando, juntas, as duas represas operavam com 36,8%. O problema, no entanto, é que o outono é, tradicionalmente, um período de poucas chuvas.
Faltando um mês para o final de abril, o Instituto Tecnológico Simepar registrou precipitações de 26,3 milímetros na região dos reservatórios. A média histórica para o mês é de 72 milímetros. "Para quarta e quinta-feira temos a chegada de uma frente fria que deve diminuir a temperatura e trazer chuvas. Mas, certamente, o mês vai acabar sem que se tenha alcançado a média histórica", diz o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneb. O problema deve se intensificar em maio, mês em que a média pluviométrica é de 65,8 milímetros.
Raffo lembra também que não são apenas os índices pluviométricos que afetam a capacidade de armazenamento dos reservatórios. "O consumo médio também influi e, infelizmente, a população não está ajudando a economizar como fez no rodízio."
Até o fim do ano, a Sanepar planeja contar com o reservatório de Miringuava, em São José dos Pinhais, para auxiliar no abastecimento da grande Curitiba. A previsão é de que o novo empreendimento tenha capacidade para operar mil litros por segundo. "Na verdade, em termos de produção, nós conseguimos dar conta da demanda atual. O problema é que não chove", ressalta.
Os outros domicílios de Curitiba, das zonas sul e oeste da capital, são atendidos pelo reservatório do Passaúna, que não enfrenta problemas de falta de água.
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