Falta de emprego é a principal queixa

No Dia do Trabalho, o principal anseio do trabalhador é ter mais chances de conseguir um emprego. A Gazeta do Povo conversou com dez pessoas que participavam das comemorações do "1.º de Maio Solidário" ontem, em frente ao Palácio Iguaçu, e perguntou a elas o que é necessário fazer para melhorar as condições de trabalho no Brasil. O resultado foi quase uma unanimidade.

Nove dos dez entrevistados responderam que é preciso oferecer mais oportunidades de emprego. Além da dificuldade em conseguir uma carteira assinada, os trabalhadores também relataram insatisfação em relação às condições de trabalho, à assistência ao trabalhador e à remuneração. A terceirização e o excesso de horas-extras foram apontadas como os principais fatores para o desemprego.

O segurança Célio Henrique de Lima, 38 anos, contou que está desempregado há dois meses. A empresa em que ele trabalhava optou pela terceirização e reduziu o quadro de funcionários. "Até agora não consegui nada", reclama. A enfermeira Maria Aparecida da Costa, 47 anos, também perdeu o emprego na última sexta-feira. Ela trabalhava há dois anos cuidando de uma idosa que sofre do Mal de Alzheimer. "Tive um problema de saúde e vou ter que fazer uma cirurgia, por conta disso eles (os patrões) acharam melhor dispensar", lamenta. Segundo ela, o pouco estudo também dificulta na hora de conseguir um trabalho. "Voltei a estudar, estou fazendo o segundo grau à noite. É cansativo, além de trabalhar, ter de estudar", conta.

Para a atendente Eliane Souza, 31 anos, o que falta é dar uma primeira oportunidade. "A gente precisa de uma chance para aprender, não tem como exigir experiência de alguém que nunca teve uma oportunidade", afirma. Já a aposentada Maria Brito, de 70 anos, acredita que cabe aos trabalhadores não desistir e lutar por melhores condições de trabalho. "A atuação dos sindicatos que representam as categorias é muito importante, o povo tem que se unir e lutar pelos seus direitos", afirma. (CV)