Cerca de 90 crianças da Escola Municipal Maria Leni Haluch de Bastos, em São José dos Pinhais, estão sem aulas há mais de 15 dias por falta de professores. Três professoras do último concurso público foram chamadas, mas por falta de médicos especialistas para fazer um dos exames, elas não podem entrar em sala de aula.
A diretora da escola, Tânia Regina da Silva Dalmolim, explica que duas professoras assumiram o cargo de pedagogas em outras escolas. Outra está afastada por doença. "Assim que elas saíram, entramos com o pedido na Secretaria de Educação. Foram chamados professores do último concurso. Mas elas precisam passar pelo exame de saúde que falta, a laringoscopia, e a Secretaria de Saúde não tem especialista para fazer", explica.
Segundo Tânia, não há previsão de quando o problema será resolvido. Ela optou por dispensar os alunos porque a escola não tinha estrutura para comportá-los em outras turmas, que estão lotadas.
De acordo com o diretor-geral da Secretaria Municipal de Educação de São José dos Pinhais, Geraldo Luiz da Silva, não há médicos no serviço público municipal especializados para fazer o exame de laringoscopia, sendo necessário contratar serviço terceirizado. "Temos que fazer licitação, que é um processo lento. Não havia outro jeito, pois se não fazemos isso e furamos a lei, resolvemos um problema de falta de professores mas enfrentamos outro com a Justiça", explica Silva.
Não há prazo definido para a conclusão do processo licitatório, mas o coordenador estima que em duas semanas os médicos contratados devem realizar os procedimentos. Os novos professores são do último concurso público para o cargo realizado na cidade, em 2008. "Em janeiro tínhamos um déficit de 90 professores na rede municipal, que foi resolvido parcialmente com os profissionais classificados no último concurso." Ele explica que para a Escola Maria Leni Haluch de Bastos serão contratados sete profissionais, já pensando em um quadro reserva de professores regentes.
Até agora três pais de alunos pediram transferência para outras escolas. É o caso da mãe de duas crianças, de 6 e 7 anos, que estudam no local, Sônia Aparecida dos Santos. "É um absurdo as crianças ficarem tanto tempo sem aula. O Conselho Tutelar sempre procura a família quando a criança falta à escola menos de uma semana, mas quando ficam em casa por falta de professores ninguém fala nada", diz.
No início do ano, a rede estadual de ensino também enfrentou problemas com falta de professores e aulas, devido ao atraso na realização do Processo Seletivo Simplificado (PSS). Os professores passaram pelo processo semanas depois do início das aulas, o que deixou muitos alunos da rede municipal fora da escola.
Segundo a chefe de Recursos Humanos Setorial da Secretaria de Estado da Educação, Joceli Maciel, o quadro de professores da rede hoje está completo, porque todas as substituições necessárias foram feitas com os profissionais vindos do PSS.
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