Um espaço com design arrojado, piscinas semiolímpica e de hidroginástica aquecidas, salas de ginástica, além de banheiros, cozinha e vestiários. Aberto também à noite e aos fins de semana. A descrição faz lembrar uma academia de alto padrão ou um condomínio, entretanto, descreve uma unidade do Clube da Gente, programa da prefeitura de Curitiba lançado em 2010 que planejava a construção de nove centros de natação nas regionais da cidade. Os imóveis deveriam ser entregues até o fim do ano passado, mas, até agora, apenas dois clubes foram inaugurados: o do Bairro Novo, pertencente à regional do Sítio Cercado, e o do Caiuá, na Cidade Industrial.
Ambos vêm sofrendo com a falta de professores para ministrar as atividades. Com isso, operam abaixo da capacidade permitida, aumentando ainda mais a quantidade de interessados não atendidos. Existe fila de espera, e algumas pessoas chegam a vir de outros bairros para tentar uma das vagas, segundo coordenadores e atendentes dos dois clubes que conversaram com a reportagem. Também há problemas recorrentes de manutenção, que forçam a interdição das piscinas por semanas, e até meses seguidos.
Neste ano ainda não ocorreram aulas nas piscinas em nenhum dos clubes por causa de um empecilho no contrato com a empresa responsável pela limpeza da água. No Caiuá, também houve problemas no rejunte dos azulejos e a piscina teve de ser esvaziada. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), as questões seriam resolvidas ainda nesta semana.
Em setembro de 2011, a Gazeta do Povo noticiou que a piscina principal do clube do Bairro Novo estava fechada havia sete meses, desde que foi constatado que o sistema de aquecimento não dava conta das temperaturas do inverno curitibano. O atual secretário de Esporte, Lazer e Juventude, Aluisio de Oliveira Dutra Junior, evita se posicionar sobre a não construção dos outros sete Clubes da Gente prometidos pela administração passada.
"Vamos dar sequência ao que já estava contratado junto ao BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento, financiador do programa]", garante. A unidade do Tatuquara tem entrega prevista para o primeiro semestre de 2014. Atualmente, os espaços em Santa Felicidade e Boa Vista passam por licitação e as obras devem começar ainda este ano. Cada unidade custa, em média, R$ 6,5 milhões.
Rede
Ainda segundo o secretário, a estrutura para esportes aquáticos será complementada aos espaços com piscina já existentes, como os Centros da Juventude Audi-União e Eucaliptos (Boqueirão), além da praça Oswaldo Cruz, no Centro.