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Imagem de arquivo. Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo | Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo
Imagem de arquivo. Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo

Parte dos estudantes de escolas estaduais não conseguiu voltar às aulas nesta quarta-feira (15), em Curitiba. Nem todas as instituições contavam com professores suficientes para o primeiro dia do ano letivo. Houve alunos que tiveram menos aulas do que o previsto e outros que precisaram ser dispensados logo após chegarem à escola.

O problema, segundo a APP-Sindicato, é resultado do impasse entre docentes e a Secretaria de Estado da Educação (Seed) envolvendo a distribuição de aulas e a hora-atividade. Até esta quarta, apenas professores efetivos do estado tinham participado do loteamento das aulas.

Os profissionais que são contratados temporariamente, por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS), só vão começar a ser chamados a partir de quinta-feira (16). Nas escolas afetadas, no entanto, eles são maioria entre os profissionais. “Houve tumulto em alguns locais. Como são escolas de periferia, poucos professores efetivos querem trabalhar nestes bairros”, comenta a secretária educacional do sindicato, Walkíria Olegário Mazeto.

Sem aulas

É o que ocorreu no Colégio Estadual Moradias Monteiro Lobato, no bairro Tatuquara. Com 2,3 mil alunos distribuídos em 60 turmas, a escola tem ainda disponíveis 471 aulas. Nesta quarta, só havia quatro professores para 15 turmas do 6.º ao 9.º ano do ensino fundamental . O jeito, relata o diretor da escola, o professor Getúlio Della Torres Júnior, foi acolher os alunos e mandá-los de volta para casa na sequência. “A partir de quinta, nosso atendimento também será parcial. Vamos ter apenas as três primeiras aulas e não os cinco horários, como de costume”, comenta.

Segundo o professor, esta é a primeira vez, em sete anos no colégio, que a escola é impedida de funcionar pela falta de docentes. “Nunca tinha chegado neste ponto. É um dia que vamos ter que repor”, observa. A situação, acredita ele, só deve ser normalizada na semana que vem, após a distribuição das aulas livres para professores do PSS.

De acordo com a assessoria de imprensa da Seed, houve casos pontuais de falta de professores em algumas escolas estaduais em Curitiba. O problema, acrescenta o órgão, ocorreu devido à paralisação da distribuição de aulas, em decorrência de liminares do sindicato da categoria. A secretaria vai iniciar a distribuição de aulas para professores temporários ainda nesta semana.

A Seed não informou quantos professores faltam para completar toda a carga horária das escolas da rede.

Protesto

Nos colégios que funcionaram, parte dos professores aproveitou o retorno das aulas para iniciar a mobilização pela greve prevista para 15 de março. Conforme a APP-Sindicato, a ação foi marcada por debates dentro da campanha “Hora-atividade Legal”, criada para protestar contra a redução da hora-atividade. A medida encurta as aulas de 50 minutos para 30 minutos uma vez por semana, em cada turno.

Apesar de não ter um balanço fechado sobre a participação dos docentes, a APP-Sindicato diz que escolas que não registraram esta mobilização no primeiro dia de aula devem contar com a iniciativa ao longo da semana.

Segundo cálculo da Seed, apenas 15% das escolas em Curitiba tiveram algum professor encurtando aulas nesta quarta.

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