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dança das cadeiras

“Falta de resultados” derruba o secretário de Segurança

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Com a justificativa oficial de que é preciso acelerar as ações de combate à violência e de que a população não está satisfeita com os resultados até então, o governador Beto Richa anunciou a saída de Reinaldo de Almeida César do cargo de secretário de Segurança Pública. Cid Vasques, então secretário especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral, foi escolhido para assumir a secretaria (Sesp). Numa surpreendente troca de cadeiras, Almeida César passará a ocupar o posto que era de Vasques. As posses ocorrerão na segunda-feira.

A notícia foi anunciada pelo Twitter do governador. O comunicado oficial alega que o momento é de colocar em prática as ações planejadas e de "acelerar as ações para reduzir os índices de criminalidade e melhorar a segurança pública em todo o Paraná". Em entrevista à RPCTV, Richa disse que a troca já estava programada e que acontece para dar mais agilidade ao combate à violência. "Tenho andado muito pelo estado e sinto que as pessoas ainda não estão satisfeitas com os resultados da segurança pública, embora reconheçam que aconteceram mudanças profundas", declarou. Não estão previstas alterações nos comandos das Polícias Civil e Militar.

A área de segurança foi a que mais gerou críticas ao governo. Sem conseguir frear drasticamente os indicadores de criminalidade, César vivenciou uma onda de assaltos a ônibus nas rodovias e explosões em caixas eletrônicos.

A grande aposta, as Uni­dades Paraná Seguro (UPS), ainda não apresentaram os resultados esperados. Números divulgados pelo próprio governo no mês passado indicam que os bairros de Curitiba que receberam o programa de reforço policial continuam entre os mais violentos.

Nos 20 meses em que esteve no comando da Sesp, Almeida César enfrentou uma série de crises que culminaram em um processo de desgaste. Em mais de uma vez, ele "balançou" no cargo (leia mais no quadro ao lado). A última crise acabou não vindo a público: ele se desentendeu com a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, em função de entraves quanto a remoção de presos de delegacias para penitenciárias e divergências na renovação de contratos dos auxiliares de carceragem. Uma de suas últimas ações foi anunciar a extinção da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), que fiscaliza bares e casas noturnas de Curitiba. Pessoas próximas ao secretário confirmaram que ele ficou "abatido" com o anúncio da substituição.

Almeida César não deu entrevistas ontem e se manifestou apenas por meio de nota oficial, em que considerou a troca de secretarias um "processo de continuidade", destacando que os recursos necessários para a execução das ações estão assegurados. Sobre Cid Vasques, afirmou que é "um homem preparado".

Repercussão

Presidente da Associação dos Delegados, Kyoshi Hatt­nada dis­se que ficou surpreso com a troca, mas torce pela continuidade dos projetos. Elizeu Furquim, presidente da Amai, associação que representa policiais militares, afirmou esperar que a mudança sirva para melhorar o canal de comunicação entre a base e a secretaria.

Nos bastidores, Almeida César foi "escanteado"

Apesar de não ser explícito o motivo da troca no comando da pasta, a Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral é considerada, nos bastidores do governo, como um "escanteio" para o ex-secretário da Segurança. A troca de cargos representa para Reinaldo de Almeida César perda de prestígio e poder. Em números, a mudança de status é evidente.

Ele estava à frente de uma das principais secretarias do governo do estado, com um orçamento anual bilionário. Comandava as Polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros, os Institutos Médico Legal e de Criminalística, e o Departamento de Inteligência – tendo o Detran também sob seu "guarda-chuva". Tinha sob suas ordens cerca de 23 mil pessoas, entre policiais, investigadores, delegados e peritos.

Estrutura enxuta

A partir de segunda-feira, Almeida César assume uma estrutura que nem sequer tem orçamento próprio. Na Secretaria de Corregedoria e Ouvidoria Geral tudo é mais enxuto. Por se tratar de uma secretaria especial, está subordinada à Casa Civil, que de fato nomeia e mantém a equipe. Atualmente são 20 servidores à disposição do secretário e uma verba de custeio de R$ 600 mil para 2012.

Serão basicamente duas as novas funções de Almeida César: a ouvidoria, que consiste em receber as reclamações e observações dos cidadãos, e a corregedoria do funcionalismo público estadual, que apura possíveis desvios funcionais.

Colaboraram Andréa Morais, Karlos Kohlbach, Diego Ribeiro e Aline Peres

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