Estar a uma quadra da Secretaria de estado da Segurança Pública (Sesp) é sinônimo de proteção? Parece que não. Pelo menos essa é a opinião de comerciantes e moradores da Rua Alberto Folloni, na divisa dos bairros Centro Cívico e Juvevê. Nos últimos 40 dias, eles foram vítimas de assaltos à mão armada, roubo de carro e arrombamentos. A maioria dos crimes ocorreu próximo a esquina das ruas Alberto Folloni e Mário de Barros, que passa ao lado do prédio da Sesp. O local fica próximo ao Palácio Iguaçu, Ministério Público Estadual, Assembléia Legislativa e outros órgãos localizados no Centro Cívico. Apesar de todo o aparato de segurança na região, moradores relatam que os bandidos estão agindo de manhã, à tarde e à noite.

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Segundo as vítimas, a onda de crimes se intensificou há cerca de um mês. "Primeiro foi a lotérica, depois o escritório de advocacia, em seguida a escola de inglês, a loja que vende telefone celular, o carro estacionado em frente à panificadora e, agora, a loja de presentes e jóias", contou uma delas, que foi ouvida na semana passada pela reportagem da Gazeta do Povo.

A revenda TIM Call Rede Celulares foi assaltada por um adolescente há duas semanas, quando a vendedora abria a loja, por volta das 9h30. "Era um pivete. Ele tinha um revólver calibre 38. Tremia muito", contou a vendedora, assustada. Ela pediu para não ser identificada. Durante a ação, havia dois clientes na loja, e um deles chegou a passar mal.

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Segundo a empresária Mari Marques de Moraes, o prejuízo da loja chega a R$ 9 mil – preço de custo dos 16 telefones levados pelo ladrão. "Estou pensando em mudar de endereço, para um local mais seguro. Depois do assalto, fui obrigada a contratar um segurança", disse Mari.

Quatro dias depois, a loja Carmen e Carmela, de presentes e jóias, foi arrombada. Os arrrombadores entraram numa madrugada de sábado. O prejuízo estimado é de R$ 35 mil, entre estragos feitos nas instalações (R$ 5 mil) e mercadorias levadas do local (R$ 30 mil). "Eles entraram pelo alçapão, quebraram prateleiras, a porta de vidro, estouraram a grade na saída e levaram até o estoque de natal – anjinhos, quem diria...", comentou a funcionária da loja, que também pediu para não ser identificada.

Uma terceira pessoa informou que nos dois casos (o assalto à revenda Tim e o arrombamento à loja de presentes) os policiais do Projeto Povo (policiamento comunitário) levaram mais de 30 minutos para chegar ao local. "Não sinto segurança alguma, apesar dos vizinhos importantes, entre eles a Secretaria de Estado da Segurança Pública", disse.

O roubo de um veículo Golf, cor preta, ano 2001, feito por três rapazes armados terminou de forma mais violenta. O carro foi roubado na véspera do feriado de Corpus Christi, à noite, na esquina das ruas Alberto Folloni e Mário de Barros. Avisada, a Polícia Militar localizou e recuperou o veículo, e os assaltantes foram mortos durante a ação.

Segundo o tenente Clayton José, subcomandante do Projeto Povo no Juvevê, as estatísticas da região não mostram tanta violência. "O serviço 190 registrou apenas nove ocorrências no período de 20 de maio a 20 de junho (quatro furtos qualificados, um roubo, três pessoas em atitudes suspeitas e um caso de consumo de droga)". Ele disse ainda que o atendimento do serviço Povo é imediato quando as pessoas ligam para o telefone celular dos policiais. Para ele, a demora pode ter dois motivos: "Ou eles estavam atendendo, ou a vítima ligou para o 190". O coronel Ataíde Mario, comandante em exercício do Comando de Policiamento da Capital (CPC), prometeu intensificar a ação contra a violência na região.

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