Televisores, microcomputadores, aparelhos de som e de DVD. Equipamentos usados em atividades pedagógicas e na administração das unidades têm colocado os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) na mira de bandidos. Sem a presença de agentes de segurança, essas escolas têm sido alvo fácil para arrombadores. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais (Sismuc), além de não haver uma solução para o problema recorrente, a Secretaria Municipal de Educação tenta abafar os casos.
Um levantamento do sindicato aponta que, em outubro, pelo menos cinco CMEIs sofreram arrombamentos. Duas unidades se encontram no bairro Sítio Cercado: o CMEI Vila Vitória, que já registrou dez casos neste ano, e o CMEI São João Del Rei, que desde o início do ano já foi vítima de bandidos por 16 vezes.
A maioria dos casos segue a mesma dinâmica: os ladrões invadem as unidades durante a noite e levam o que podem carregar. Em um dos assaltos na unidade Vila Vitória, até lenços umedecidos foram furtados. O delegado Rodrigo Brown de Oliveira, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), revela o perfil dos bandidos: jovens, geralmente viciados em drogas, que visam conseguir dinheiro para comprar entorpecentes. "Na maioria dos casos, são pessoas da própria região e que conhecem o funcionamento e, portanto, os pontos vulneráveis das unidades", explica.
Ação
A ação dos bandidos, no entanto, começa a ganhar contornos mais violentos. Na semana passada, o CMEI Vila Vitória registrou um assalto à mão armada, à luz do dia. Cerca de dez pedreiros que trabalham em uma obra na própria unidade foram rendidos e roubados. Os bandidos fugiram levando mais de R$ 10 mil, que os operários tinham recebido como pagamento.
Como, de modo geral, apenas mulheres e crianças ficam nas unidades, os pais temem pela integridade de filhos e funcionários. "Fica todo mundo amedontrado. Todo dia a gente se pergunta: será que vão entrar, será que vão levar alguma coisa?", disse a mãe de uma aluna da Vila Vitória.
A falta de segurança também preocupa o sindicato. Segundo a diretora de Comunicação do órgão, Alessandra de Oliveira, o Sismuc prepara uma manifestação, que deve ser realizada no dia 11 de novembro. Segundo ela, o ato será um protesto contra a falta de segurança e de condições de trabalho nas escolas municipais. "É um evento apoiado pela própria comunidade. Pais, funcionários e professores têm medo", resume.
Outro ponto abordado pela diretora do Sismuc é que não há dados concretos sobre os assaltos, porque a Secretaria Municipal de Educação faria pressão sobre os diretores, como forma de evitar que os casos se tornem públicos. "O Núcleo de Educação proíbe funcionários e diretores de falar. Eles não querem que se diga que não há segurança nas escolas municipais", disse Alessandra.Segurança
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, em cada CMEI, um agente permanece fazendo a segurança do prédio durante o horário comercial. À noite, equipes volantes da Guarda fazem rondas, mas sem que os agentes permaneçam nas unidades. Além disso, uma empresa de segurança privada seria responsável por fazer a segurança dos prédios. Entretanto, o monitoramento é feito apenas por sistemas de alarmes.