O crime de Caiobá levantou uma série de dúvidas sobre a falta de segurança em trilhas ecológicas e isoladas. O Batalhão de Polícia Ambiental (Força Verde) admite a falta de efetivo para fiscalizar as trilhas do estado. No Paraná, são 600 policiais 144 para Curitiba, região metropolitana e litoral. "No Caminho do Itupava, acompanhamos grupos grandes e temos uma fiscalização mais efetiva", afirma o tenente Anor Vicente dos Santos Júnior, da Comunicação Social da Força Verde. "Nas demais trilhas, não temos condições de rondas intensivas. E dependemos da solicitação de quem faz o passeio."
Santos Júnior afirma que a trilha do Morro do Boi foi aberta e usada pela comunidade por muitos anos. "Eventualmente podemos fazer patrulhamentos, mas não há como fixar uma equipe lá", diz. Em tese, por ser uma Área de Preservação Ambiental, o local não se enquadraria na jurisdição da Força Verde, ao contrário dos parques estaduais.
Para a guia Elaine Klava, mesmo com a lacuna assumida pela Força Verde as trilhas de Curitiba, região metropolitana e litoral são seguras, desde que o frequentador tome cuidados. "É importante sempre contar com guias de turismo, credenciados ao Ministério do Turismo", diz. "Esses profissionais têm formação em primeiros socorros e sabem como se comportar em eventualidades."
Elaine afirma que, entre 1996 e 2002, o Caminho do Itupava sofria com assaltos e crimes constantes. Atualmente, para seguir pela trilha é necessário fazer credenciamento em um posto do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Em caso de o grupo se atrasar por muito tempo, o órgão comunica a Força Verde para iniciar as buscas. "Esse processo deu segurança maior para quem percorre as trilha. Há um controle de quem está no caminho", diz.
Com a experiência de quem participa e organiza trilhas há 12 anos, o bancário Nicholas Rauen de Meira tem opinião semelhante. "É importante garantir a segurança, informando todos os materiais ao IAP. E, se possível, manter contato com a base, levando rádios ou celulares via satélite", aconselha.
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