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Moradores mostram pneus jogados em terreno particular às margens da Rua Eugênio Flor, no bairro Taboão. Local acumula lixo de todo tipo: desde restos de computador até animais mortos | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Moradores mostram pneus jogados em terreno particular às margens da Rua Eugênio Flor, no bairro Taboão. Local acumula lixo de todo tipo: desde restos de computador até animais mortos| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Sanepar tem projeto, mas não recursos

Dificuldades técnicas e, principalmente, a falta de recursos impossibilitam a Sanepar de implantar a rede de coleta de esgotos na região do Taboão.

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Revolta. Esse é o sentimento de quem mora nas proximidades da Rua Eugênio Flor, no bairro Taboão, região norte de Curitiba. Vizinha do Parque Tanguá, a área possui vegetação abundante e serve como proteção natural para o Rio Barigui, mas isso não tem evitado que a rua esteja tomada por lixo jogado clandestinamente em suas margens e em terrenos particulares localizados ao lado da via.

Como se não bastasse, a região não tem rede coletora de esgoto e alguns imóveis lançam efluentes na rede pluvial, contaminando córregos e nascentes do rio. "Tem muito lixo. Até vaca morta já foi encontrada aqui", conta Regina Maria Jarosz, sobre o imóvel baldio que ladeia a rua e abriga mata densa e pequenos cursos d’água. "Há muito tempo tinha um lago ali, com peixes, e o pessoal pescava", conta José Cricheski, que foi buscar ajuda no Ministério Público do Paraná.

Mau cheiro

Basta caminhar alguns metros ladeira abaixo para perceber que a situação é grave. Embaixo de placas de "proibido jogar lixo" da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), há plásticos, latas, restos de móveis, pneus, computadores e animais mortos. O cheiro, aliás, é insuportável. Segundo a vizinhança, o entulho é despejado por veículos que passam de madrugada. Arthur Cezar de Pol, que mora na região há mais de 40 anos, lamenta a degradação ambiental. "Nasci no Parque Tanguá, que na época era do meu avô. Para nós, agora virou uma favela", reclama. Além do esgotamento e retirada do lixo, os moradores pedem a construção de calçadas, pois a rua é estreita, sinuosa e movimentada.

Para a agente comunitária Jayra Dolata, a prioridade é a implantação da rede de esgoto. "Aqui há infestação de ratos, sem falar do mau cheiro. Tem pessoas que passam mal do estômago", revela. Já Clarice Toledo de Siqueira, que foi obrigada pela prefeitura a construir caixa de gordura e fossa séptica em seu imóvel, queixa-se da displicência do poder público. "Gastei mais de mil reais e o esgoto não chegou até nós. Exigiram da gente e depois nem vieram ver", revolta-se.

Opinião compartilhada por Adalberto Prado. "Nós não queremos saber se o terreno é ou não é particular, queremos que o poder público execute obras", ressalta. "Saneamento básico é um direito da população. Basta vontade política, porque impostos nós pagamos", protesta Itamar Chequin.

Pedido

Em fevereiro, Cricheski entrou com um pedido no Ministério Público do Paraná para tentar resolver a questão do esgoto. O promotor de Justiça do Meio Ambiente Sérgio Luiz Cordoni, que acompanha o caso, já solicitou à prefeitura a limpeza do entulho e a autuação do proprietário do imóvel. "Se o terreno é particular, o dono é obrigado a tirar o lixo ou cercar a área", reitera Cordoni. Em relação ao esgoto, ele propõe uma audiência pública entre moradores e Sanepar para cobrar um cronograma de obras. Além disso, ele pede a colaboração dos cidadãos para não despejarem lixo nem esgoto clandestinos enquanto a solução não vem. "O cidadão está certo em cobrar, mas isso não lhe dá o direito de cometer uma infração".

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