A mesma ação policial que está deixando a população de Ponta Grossa mais tranqüila também está causando um impasse. Isso porque o número de pessoas detidas no município aumentou desde que teve início a Operação Ponta Grossa Segura, mas praticamente não há mais espaço para colocar os presos.

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O minipresídio Hildebrando de Souza, único da cidade, já está superlotado. Ontem, o espaço reservado para 112 homens abrigava 221. E os detentos não param de chegar. Somente ontem, mais nove homens foram recolhidos no mini-presídio. A previsão é de que a operação se estenda por um mês, com expectativa de cumprimento de mandados de prisão que vêm desde 1995.

Desde o início da operação, iniciada no sábado passado, 86 prisões foram realizadas. Celas com capacidade para 16 homens abrigam mais de 40. Os presos também se amontoam nos corredores e na sala de aula da cadeia. Diante da superlotação, os problemas já começam a aparecer. Ontem, a polícia barrou uma tentativa de fuga em que 45 detentos serraram a grade da cela e se preparavam para deixar a prisão. Na terça-feira, alguns presos queimaram colchões e iniciaram uma rebelião, que logo foi contida.

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A Polícia Militar não informa quantos homens estão trabalhando na operação, mas pelas viaturas que circulam pela cidade é possível supor que o efetivo policial tenha aumentado nesta semana em pelo menos 100%. Com tanto policiamento, as prisões e apreensões crescem a cada dia. No sábado passado, primeiro dia da operação, 16 pessoas foram presas. A média, desde então, tem sido em torno de dez prisões por dia.

A superlotação preocupa tanto o comandante do 1.º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Durval Japiassu, quanto o delegado da 13.ª Delegacia de Polícia de Ponta Grossa, Noel Muchinski. Japiassu afirmou que a PM não diminuirá o ritmo dos trabalhos e Munchinski estima uma situação suportável em 280 presos. "Essa foi a nossa experiência", disse. O delegado afirmou que na próxima semana começam os contatos em outras cidades para enviar alguns presos.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou que, assim que a capacidade carcerária de Ponta Grossa for saturada, os presos serão encaminhados para outras delegacias. A Sesp reconhece os problemas da superlotação das cadeias em todo o estado, mas informa que o governo vem trabalhando para aliviar o sistema. O próprio minipresídio Hildebrando de Souza vai passar por uma reforma, com aplicação de R$ 640 mil nos próximos meses. Depois de pronto, o minipresídio terá capacidade para 280 presos.