Ainda são tímidas as iniciativas propostas pelas principais universidades de Curitiba para ajudar a melhorar o trânsito e, principalmente, diminuir a poluição. Das oito instituições de ensino superior consultadas, cinco apresentaram medidas simples para tentar conter a quantidade de veículos usada pelos estudantes. Duas instituições particulares, por exemplo, fazem apenas campanhas com o objetivo de aumentar a carona solidária entre os colegas de classe.
A FAE Centro Universitário, além de incentivar o uso de bicicletas o que incluiu um estacionamento privilegiado às bikes adotou o horário escalonado para a entrada e saída dos estudantes com o objetivo de diminuir os congestionamentos. O início das aulas, à noite, por exemplo, é diferente para cada turma: uma entra às 18h50, outra às 19h10, uma terceira às 19h20 e assim por diante.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), apesar de não ter um controle sobre o número de alunos que vão de carro para as aulas, criou algumas políticas para que os universitários necessitem cada vez menos do automóvel. Além dos bicicletários que têm câmeras de segurança e guardas que evitam furtos a instituição tem o ônibus Intercampi, que passa pelos dez câmpus da UFPR e é gratuito para os estudantes. A professora Alessandra Bianchi, do Núcleo de Psicologia do Trânsito da UFPR, explica que há algum tempo a Federal tem adotado medidas para diminuir o impacto ambiental causado por alunos que preferem o carro a pedalar ou caminhar. "Não falamos em números ainda, porque queremos ir mais a fundo. O objetivo é saber quais fatores motivam o universitário a vir de carro, para então darmos soluções", afirma.
Poluição
Além da preocupação com a poluição imediata, ambientalistas alertam para medidas que precisam ser tomadas a longo prazo. O diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Schrappe Borges, acredita que as instituições superiores de ensino deveriam instruir os universitários, em sala de aula, sobre as maneiras de conservação da natureza. "Formam-se profissionais que não sabem como cuidar da natureza. O problema existe também em alguns cursos de Engenharia Ambiental, o que é inacreditável. São estas as questões que deveriam ser analisadas profundamente", afirma.
A coordenadora-geral do Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental, Laura Jesus de Moura e Costa, lembra de uma iniciativa das universidades, que ocorreu em 2004, mas que ficou apenas no papel. "Dentro da proposta mundial da Agenda 21 de criar metas para a melhoria do meio ambiente as universidades de algumas cidades, incluindo Curitiba, propuseram a criação de políticas para reduzir a poluição ambiental e para preservar as reservas ecológicas. Mas isso parece que foi esquecido com o passar do tempo."