O Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, que é referência de urgência e emergência para os sete municípios da região, está passando por dificuldades no atendimento obstétrico, cirúrgico e especialidades.
Esse quadro se agravou nos últimos dez dias devido ao encerramento do contrato, no dia 8 de dezembro, com a empresa Litovita, responsável pelo fornecimento de médicos terceirizados. Apenas um terço dos 150 médicos do hospital são estatutários, com vínculo por concurso público, o restante é terceirizado e está com salários atrasados desde outubro.
A vendedora ambulante Marli do Rocio de Souza disse à Gazeta do Povo que seu neto estava gritando de dor no setor de emergência e mesmo assim demorou mais de três horas para ser atendido. Devido à ausência de contrato para atender os serviços médicos, o hospital está com o atendimento prejudicado em um momento em que a população flutuante do Litoral aumenta consideravelmente. De acordo com informações da Polícia Militar, 9 milhões de turistas devem passar pelo Litoral paranaense até o carnaval.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), mantém um convênio com a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) para a gestão do contrato com a empresa terceirizada que contrata os médicos para a instituição. Como a Funpar não concluiu uma nova licitação, a saída encontrada para atender a demanda de serviços médicos no hospital foi fazer um contrato emergencial com outra empresa, a Essencial. Esse contrato, no entanto, durou menos de dez dias e foi rompido.
Procurada, a Sesa informou que o Hospital Regional do Litoral contratou emergencialmente uma nova empresa para o fornecimento de profissionais suficientes para preencher as escalas da instituição. Segundo a pasta, esta nova empresa é a Unicuore e deve assumir o trabalho ainda hoje. Ainda segundo a Sesa, o hospital também receberá reforço de profissionais durante a Operação Verão.
Para alguns dos médicos que hoje trabalham na instituição, porém, esse reforço não deve adiantar. Segundo eles, faltam profissionais para atuar no hospital.
O diretor da Unicuore, Luis Fernando Scheiffer Girardello, por sua vez, não quis falar com a reportagem e informou que todas as informações seriam repassadas pela Funpar. A assessoria de imprensa da Funpar informou que enviaria uma nota sobre o caso, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.